O Janeiro Branco, mês dedicado à conscientização sobre a saúde mental, é um momento ideal para refletir sobre o impacto do cuidado emocional na infância. Segundo o neurocirurgião e especialista em desenvolvimento infantil Dr. André Ceballos, priorizar a saúde emocional das crianças não é apenas essencial para o presente, mas também um investimento para formar adultos saudáveis e confiantes.
“A primeira infância é uma fase crucial para ensinar as crianças a lidar com suas emoções. Criar um ambiente acolhedor e aberto ao diálogo pode fazer toda a diferença no futuro desses pequenos”, explica o Dr. Ceballos, que é Diretor Técnico do Hospital São Francisco, referência no tratamento de transtornos do desenvolvimento infantil.
Por que a infância é a base da saúde emocional?
Durante os primeiros anos de vida, o cérebro infantil está em rápida expansão, absorvendo experiências que influenciam diretamente o desenvolvimento emocional e psicológico. “Nessa fase, é importante que as crianças aprendam a construir relações saudáveis, reconhecer e gerenciar emoções, além de explorar o mundo com curiosidade e segurança”, destaca o especialista.
Por outro lado, a exposição a ambientes de estresse crônico ou negligência emocional pode afetar não apenas o aprendizado e a socialização, mas também a saúde física.
Como promover a saúde mental das crianças?
O Dr. Ceballos compartilha algumas dicas valiosas para incluir no dia a dia e ajudar as crianças a crescerem emocionalmente saudáveis:
1. Crie um ambiente seguro
Um ambiente seguro não apenas protege a criança fisicamente, mas também emocionalmente. Isso favorece o desenvolvimento cerebral, estimula a criatividade e promove a interação social. “Quando uma criança se sente acolhida e protegida, ela tem mais chances de crescer confiante e resiliente”, afirma o especialista.
2. Incentive a Comunicação Aberta
Desde os primeiros sinais de fala, é essencial incentivar que a criança expresse seus sentimentos. “Ouvir sem julgamentos e oferecer apoio é fundamental. Isso ajuda os pequenos a desenvolverem autonomia emocional e cria uma relação de confiança com os pais”, explica o Dr. Ceballos.
3. Estabeleça Rotinas Equilibradas
Rotinas bem estruturadas são fundamentais para proporcionar segurança emocional e disciplina. Reserve tempos regulares para estudo, brincadeiras e descanso, garantindo que a criança tenha momentos de exploração e também de relaxamento.
4. Estimule brincadeiras e interações
Brincadeiras são mais do que lazer; são ferramentas essenciais para o desenvolvimento emocional e social. “Atividades lúdicas ajudam as crianças a desenvolver criatividade, aprender a resolver conflitos e a conviver em grupo”, aponta o especialista.
5. Busque ajuda profissional quando necessário
Mudanças comportamentais significativas ou dificuldades emocionais persistentes podem exigir apoio de um especialista. Caso a criança apresente comportamentos como reclusão excessiva ou agressividade, não hesite em buscar ajuda. “Toda intervenção precoce aumenta as chances de soluções efetivas”, ressalta Ceballos.
A importância da conscientização
O Dr. André Ceballos também enfatiza que cuidar da saúde emocional das crianças vai além do ambiente familiar. Ele é um defensor de projetos que promovem a educação e a conscientização sobre os marcos do desenvolvimento infantil, com o objetivo de influenciar políticas públicas que beneficiem especialmente as populações mais vulneráveis.
Acesse o site da revista Pais&Filhos para saber mais sobre o tema
