Você sente dores nas pernas, hematomas frequentes e dificuldade para emagrecer mesmo com dieta e exercícios? Cuidado, você pode ter lipedema, uma doença crônica e progressiva que afeta principalmente mulheres. Neste artigo, vamos desvendar os mistérios do lipedema, seus sintomas, causas, diagnóstico e tratamento.
O que é lipedema?
O lipedema é uma doença vascular crônica caracterizada pelo acúmulo desproporcional de gordura, principalmente nas pernas e, às vezes, nos braços. Essa condição causa dor na região afetada e, diferentemente da obesidade, não responde bem à dieta ou exercícios físicos.
Estima-se que o lipedema afete cerca de 10% da população feminina mundial, o que significa que milhões de brasileiras podem ter a doença sem saber. Apesar de ser mais comum em mulheres, o lipedema também pode afetar homens, embora seja raro.
Sintomas e complicações do lipedema
Os sintomas do lipedema podem variar de pessoa para pessoa, mas alguns dos mais comuns incluem:
- Acúmulo de gordura desproporcional: a gordura se concentra nas pernas e quadris, enquanto a parte superior do corpo permanece com proporções normais.
- Sensibilidade ou dor: a gordura afetada pode ser dolorosa ao toque ou causar sensação de peso nas pernas.
- Edema (inchaço): o inchaço pode piorar ao longo do dia, mas geralmente não atinge os pés, diferenciando-o de outros tipos de edema.
- Propensão a hematomas: a pele na área afetada é mais frágil e suscetível a hematomas, mesmo com pequenos impactos.
- Dificuldade de mobilidade: o excesso de peso nas pernas pode dificultar a movimentação, e a progressão da doença pode levar a problemas mais sérios, como o linfedema, que é o acúmulo de líquido linfático.
As complicações do lipedema podem impactar significativamente a qualidade de vida das pacientes. Além das dores e dificuldades de locomoção, o lipedema pode causar:
- Problemas nas articulações: o excesso de peso sobrecarrega as articulações, aumentando o risco de lesões e desgaste.
- Atrofia muscular: a dificuldade de movimentação pode levar à perda de massa muscular nas pernas.
- Problemas emocionais: a aparência física e as limitações impostas pela doença podem afetar a autoestima e causar ansiedade e depressão.
Causas e fatores de risco
A causa exata do lipedema ainda é desconhecida, mas acredita-se que a genética e os hormônios desempenhem um papel importante. A doença geralmente se manifesta durante períodos de flutuação hormonal, como a puberdade, gravidez e menopausa.

Alguns fatores podem aumentar o risco de desenvolver lipedema, como:
- Histórico familiar da doença: ter parentes com lipedema aumenta as chances de desenvolver a condição.
- Ser do sexo feminino: a grande maioria dos casos de lipedema ocorre em mulheres.
- Desequilíbrios hormonais: alterações hormonais, como as que ocorrem na puberdade, gravidez e menopausa, podem desencadear ou agravar o lipedema.
Diagnóstico: como saber se tenho lipedema?
O diagnóstico do lipedema é principalmente clínico, baseado na avaliação dos sintomas e histórico do paciente. Exames de imagem, como ultrassom, ressonância magnética e tomografia computadorizada, podem ser utilizados para confirmar o diagnóstico e descartar outras condições, como linfedema e obesidade.
Se você se identifica com os sintomas descritos acima e suspeita que pode ter lipedema, procure um médico angiologista ou cirurgião vascular para uma avaliação completa.
Tratamento: buscando qualidade de vida
Embora o lipedema não tenha cura, o tratamento visa aliviar os sintomas, melhorar a qualidade de vida e evitar a progressão da doença. O tratamento do lipedema geralmente envolve uma abordagem multidisciplinar, com a participação de diferentes profissionais de saúde, como angiologistas, cirurgiões vasculares, nutricionistas, fisioterapeutas e psicólogos.
As principais estratégias de tratamento para o lipedema incluem:
- Mudanças no estilo de vida:
- Dieta anti-inflamatória: reduzir o consumo de alimentos processados, açucarados, laticínios e carboidratos refinados.
- Exercícios físicos regulares: atividades físicas de baixo impacto, como natação e hidroginástica, ajudam a fortalecer os músculos, melhorar a circulação e reduzir o inchaço.
- Controle do peso: manter um peso saudável é fundamental para evitar a progressão da doença.
- Terapias de compressão:
- Meias de compressão: o uso de meias de compressão específicas para lipedema, com baixa elasticidade e confeccionadas com malha plana, pode ajudar a reduzir o inchaço e melhorar a circulação.
- Drenagem linfática manual: a drenagem linfática ajuda a drenar o excesso de líquido acumulado nos tecidos, reduzindo o inchaço e a dor.
- Tratamento cirúrgico:
- Lipoaspiração tumescente: a lipoaspiração é um procedimento cirúrgico que remove a gordura localizada. No caso do lipedema, é utilizada a técnica tumescente, que preserva os vasos linfáticos, minimizando os riscos de complicações.
- Remoção de excesso de pele: em casos mais avançados, com grande flacidez de pele, pode ser necessária a remoção do excesso de pele através de cirurgia.
A importância do diagnóstico precoce
O diagnóstico precoce do lipedema é fundamental para iniciar o tratamento adequado o mais rápido possível e evitar a progressão da doença para estágios mais avançados, com sintomas mais graves e complicações mais sérias.
Se você suspeita que pode ter lipedema, não hesite em procurar ajuda médica. Com o tratamento adequado e acompanhamento profissional, é possível controlar os sintomas, melhorar a qualidade de vida e ter uma vida mais plena e feliz.
Fontes: Portal Drauzio Varella; Instituto Lipedema Brasil