Solidão pode ser um fator oculto para causa de insônia em universitários

Novo estudo revela que a solidão afeta mais o sono do que o tempo de tela. Saiba como combater esse problema

Um novo estudo da Universidade Estadual de Oregon (OSU) revela que a solidão é um obstáculo maior para uma boa noite de sono entre estudantes universitários do que o tempo excessivo em frente a telas eletrônicas. A pesquisa, publicada no Journal of American College Health, destaca a importância de se abordar a solidão como um problema de saúde pública, especialmente no ambiente universitário, onde a insônia e a solidão atingem níveis epidêmicos.

Solidão x tempo de tela: quem impacta mais o sono?

O estudo, liderado por cientistas do OSU College of Liberal Arts, analisou dados de mais de 1.000 estudantes de graduação. Os pesquisadores descobriram que, embora o tempo total diário de tela entre 8 a 10 horas ou mais estivesse associado a um aumento na probabilidade de insônia, a solidão era um preditor muito mais forte de problemas de sono.

Aproximadamente 35% dos participantes relataram altos níveis de solidão, e esses estudantes eram significativamente mais propensos a ter dificuldades para dormir, independentemente do tempo de tela. De fato, estudantes solitários apresentaram sintomas clinicamente significativos de insônia a uma taxa quase duas vezes maior do que os outros 65%.

Os perigos da insônia para a saúde e o bem-estar

A insônia é prejudicial à saúde dos estudantes universitários, estando consistentemente associada a:

  • Aumento do estresse, ansiedade e distúrbios do humor;
  • Diminuição do desempenho acadêmico;
  • Comprometimento das funções cognitivas, regulação do humor e metabolismo.

Dados do Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA (CDC) mostram que mais de 25% dos estudantes universitários sofrem de insônia, privando-se do sono reparador essencial para o bem-estar. Estudos globais indicam que a prevalência de insônia em estudantes universitários (18,5%) é mais que o dobro da observada em não estudantes da mesma faixa etária (7,4%).

Solidão: um problema de saúde pública

A solidão é uma condição generalizada que prejudica significativamente o bem-estar. O escritório do cirurgião-geral dos EUA alerta que, mesmo antes da pandemia de COVID-19, cerca de metade dos adultos americanos relatava níveis mensuráveis de solidão. A falta de conexão social é considerada tão prejudicial à saúde quanto o hábito de fumar, aumentando o risco de morte prematura. Pessoas que se sentem frequentemente solitárias têm duas vezes mais chances de desenvolver depressão.

tipos de depressão
Pessoas que se sentem frequentemente solitárias têm duas vezes mais chances de desenvolver depressão (Foto: Freepik)

A solidão afeta o sono devido à sua associação com:

  • Maior sensibilidade ao estresse;
  • Tendência à ruminação sobre eventos estressantes, dificultando o relaxamento e o sono.

Combatendo a solidão e a insônia no campus

Os autores do estudo recomendam que administradores e conselheiros universitários priorizem o combate à solidão como estratégia para reduzir a insônia entre os estudantes. Encorajar a participação em atividades sociais, promover a criação de grupos de apoio e facilitar o acesso a serviços de saúde mental são medidas importantes.

Estudantes podem buscar fortalecer suas conexões sociais, cultivando amizades próximas e participando de atividades que lhes proporcionem prazer e contato com outras pessoas. Manter relacionamentos íntimos, tanto amizades quanto relacionamentos românticos, demonstrou estar associado a menor probabilidade de sentir solidão.

Dicas para uma boa noite de sono

Além de abordar a solidão, algumas dicas para melhorar a higiene do sono e reduzir o risco de insônia incluem:

  • Limitar o tempo de tela a 8-10 horas por dia;
  • Evitar cafeína e álcool perto da hora de dormir;
  • Criar uma rotina regular de sono-vigília, mesmo nos finais de semana;
  • Praticar exercícios físicos regularmente, mas não muito próximo da hora de dormir;
  • Relaxar antes de ir para a cama com atividades como leitura, música ou um banho quente;
  • Certificar-se de que o quarto esteja escuro, silencioso e com temperatura agradável.

Se a insônia persistir, é fundamental procurar ajuda profissional para investigar as causas subjacentes e receber o tratamento adequado. A insônia crônica pode ter impactos sérios na saúde física e mental, e não deve ser ignorada.

 

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