Câncer de próstata é genético? Ciência explica

Histórico familiar de câncer de próstata antes dos 60 anos pode ser um fator de risco para a doença. Rastreamento a partir dos 45 anos e hábitos saudáveis são essenciais para a prevenção.

O câncer de próstata, segundo tipo mais comum entre homens no Brasil, pode ter origem hereditária, elevando o risco para aqueles com histórico familiar da doença. Este artigo explora os fatores genéticos relacionados ao câncer de próstata, os riscos associados e as medidas preventivas que podem ser adotadas.

Fatores genéticos e riscos aumentados

Ter um pai ou irmão diagnosticado com câncer de próstata antes dos 60 anos aumenta consideravelmente o risco de desenvolver a doença, devido a fatores genéticos e hábitos de vida compartilhados. Homens com múltiplos casos na família ou diagnósticos em idade precoce enfrentam riscos ainda maiores.

Genes específicos podem influenciar o grau de risco. Alterações no gene BRCA2, por exemplo, aumentam o risco em 4 a 8 vezes, elevando a probabilidade de desenvolver a doença para 60% ao longo da vida. Mutações no BRCA1 também elevam o risco, com uma probabilidade entre 15% e 45%.

A Síndrome de Lynch, doença hereditária causada por mutações em genes de reparo do DNA, também aumenta o risco de câncer de próstata. Mutações nos genes MLH1, MSH2 e MSH6, associados à Síndrome de Lynch, exigem acompanhamento médico regular para detecção precoce.

Rastreamento e prevenção

Homens com histórico familiar de câncer de próstata devem iniciar o rastreamento aos 45 anos, ou 10 anos antes do caso mais jovem na família. O rastreamento precoce é crucial para aumentar as chances de cura.

Adotar hábitos de vida saudáveis é fundamental para a prevenção. Abandonar o tabagismo, manter uma dieta rica em vegetais e com baixo consumo de gordura animal, controlar o peso e praticar exercícios físicos regularmente são medidas importantes.

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O diagnóstico de um familiar com câncer de próstata antes dos 60 anos aumenta o risco de desenvolver a doença (Foto: Freepik)

Além do rastreamento tradicional com PSA (Antígeno Prostático Específico), a ressonância magnética da próstata pode ser recomendada em casos de alto risco. É importante destacar que alterações genéticas que predispõem ao câncer de próstata podem aumentar o risco de outros tumores, como de pâncreas e mama, exigindo exames específicos para detecção precoce.

Ferramenta da IA pode ajudar no diagnóstico e tratamento de pacientes com câncer de próstata

Pesquisadores do Mass General Brigham, nos Estados Unidos, desenvolveram um modelo de IA treinado com base em exames de ressonância magnética de mais de 700 pacientes com câncer de próstata. O modelo demonstrou alta precisão na identificação e demarcação de lesões agressivas, superando em alguns aspectos a análise humana.

A capacidade da IA de analisar grandes volumes de dados e identificar padrões complexos a torna uma ferramenta valiosa para o diagnóstico precoce do câncer de próstata, crucial para o sucesso do tratamento. Além disso, ela auxilia na determinação do volume tumoral, um fator determinante para a escolha do tratamento mais adequado.

Aconselhamento genético e testes

A avaliação genética com um médico geneticista é crucial para identificar mutações em genes relacionados ao câncer de próstata, como BRCA1, BRCA2, ATM, CHEK2, entre outros. A identificação de alterações genéticas permite um acompanhamento individualizado e a implementação de medidas preventivas personalizadas.

Testes genéticos, realizados através de amostras de sangue ou saliva, podem detectar mutações específicas. É fundamental buscar aconselhamento genético antes e após o teste para compreender os resultados e as medidas a serem tomadas.

O câncer de próstata hereditário representa um risco significativo para homens com histórico familiar da doença. A compreensão dos fatores genéticos, o rastreamento precoce e a adoção de medidas preventivas são essenciais para reduzir o risco e aumentar as chances de cura. O aconselhamento genético e a realização de testes genéticos, quando indicados, desempenham um papel crucial na personalização do acompanhamento médico e das estratégias de prevenção.

Lembre-se: este artigo tem caráter informativo e não substitui a consulta com um profissional de saúde. Em caso de dúvidas, procure um médico.

Fontes: A.C.Camargo Cancer Center; Centro de Tratamento do Câncer; CNN Brasil

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