A epilepsia é um distúrbio neurológico que se manifesta por meio de crises convulsivas recorrentes, causadas por atividade elétrica anormal nas células cerebrais. A crise epilética pode variar em tipo e intensidade, dependendo da área do cérebro afetada. Apesar do estigma associado à doença, a maioria das pessoas com epilepsia pode ter uma vida normal e produtiva.
Tipos de crises epilépticas:
As crises epilépticas podem se manifestar de diversas formas. As mais conhecidas são:
- Crise convulsiva (ou “ataque epiléptico”): caracterizada por quedas, contrações musculares, salivação intensa, respiração ofegante e, em alguns casos, perda do controle da bexiga.
- Crise de ausência (“desligamentos”): a pessoa apresenta olhar fixo e perde contato com o ambiente por alguns segundos. Por ser breve, pode passar despercebida por familiares e professores.
- Crise parcial complexa: a pessoa parece estar consciente, mas age de forma automática, sem controle de seus atos. Pode haver movimentos repetitivos como mastigar, falar de forma incompreensível ou andar sem rumo.
- Outros tipos de crises: quedas sem movimentos ou contrações, alucinações visuais ou auditivas, e alterações de memória.
Causas da epilepsia:
As causas da epilepsia são variadas e, em muitos casos, desconhecidas. Alguns fatores que podem contribuir para o desenvolvimento da doença são:
- Lesões cerebrais: como as causadas por pancadas na cabeça.
- Infecções: como meningite e neurocisticercose.
- Abuso de álcool e drogas.
- Traumas durante o parto.
- Fatores genéticos.
- Tumores cerebrais.
- Baixos níveis de açúcar no sangue.
- Malformações congênitas.
Diagnóstico e tratamento da epilepsia:
O diagnóstico da epilepsia é realizado por um neurologista, que avaliará o histórico médico do paciente e poderá solicitar exames complementares como eletroencefalograma e ressonância magnética.
O tratamento geralmente envolve o uso de medicamentos anticonvulsivantes, que ajudam a controlar as crises epilépticas em até 70% dos casos. Para os casos de epilepsia refratária, que não respondem ao tratamento medicamentoso, outras opções como cirurgia, dieta cetogênica e neuromodulação podem ser consideradas.
Primeiros socorros durante uma crise convulsiva:
É fundamental saber como agir durante uma crise epiléptica para garantir a segurança da pessoa.
O que fazer:
- Mantenha a calma e acalme as pessoas ao redor.
- Deite a pessoa de costas, em um lugar confortável e retire objetos que possam machucá-la, como pulseiras, relógios e óculos.
- Proteja a cabeça da pessoa com algo macio para evitar traumas.
- Afrouxe roupas apertadas, principalmente ao redor do pescoço.
- Introduza um pedaço de pano ou um lenço entre os dentes para evitar mordidas na língua, mas apenas se a boca estiver aberta. Não force a boca aberta.
- Levante o queixo para facilitar a passagem de ar.
- Vire a pessoa de lado para evitar que se engasgue com saliva ou vômito. Mantenha a região da boca seca.
- Observe a duração da crise e os sintomas apresentados.
- Após a crise, deixe a pessoa descansar e se recuperar.
- Se a crise durar mais de 5 minutos ou se repetirem em intervalos curtos, chame uma ambulância.
O que NÃO fazer:
- Não tente conter os movimentos da pessoa.
- Não coloque nada na boca da pessoa, como panos ou objetos, pois isso pode causar ferimentos ou obstruir a respiração.
- Não dê tapas ou jogue água na pessoa.
- Não administre medicamentos ou alimentos durante a crise.
Vivendo com epilepsia:
A epilepsia, apesar de ser uma condição crônica, não impede que a pessoa tenha uma vida plena. O acompanhamento médico regular, o uso correto da medicação e o apoio de familiares e amigos são essenciais para o controle da doença e bem-estar do paciente.
É importante ressaltar que as informações fornecidas neste texto têm caráter educativo e não substituem a consulta médica. Em caso de dúvidas ou suspeita de epilepsia, procure um profissional de saúde.
Fontes: Ministério da Saúde; Rede D’or São Luiz; Grupo Rede D’or; Portal Drauzio Varella