A dengue é uma ameaça constante no Brasil, especialmente em períodos de calor e chuva. Em 2024, o país enfrentou uma epidemia da doença, com mais de 300 mil casos e 232 óbitos no estado do Rio de Janeiro. Para 2025, o alerta permanece, com os primeiros meses do ano já registrando um aumento significativo de casos.
Este guia completo vai tirar suas dúvidas sobre a dengue, abordando sintomas, tratamento, medicamentos indicados e contraindicados, e quando buscar ajuda médica. Com informações baseadas em orientações do Instituto Butantan, você estará mais preparado para se proteger e cuidar da sua saúde e da sua família.
1. Quais os sintomas da dengue?
Os sintomas da dengue podem ser confundidos com outras arboviroses, como chikungunya e zika. Fique atento aos seguintes sinais:
- Febre alta (39°C a 40°C) de início repentino
- Dor de cabeça intensa
- Dores no corpo, articulações e atrás dos olhos
- Fraqueza e fadiga
- Manchas vermelhas na pele
- Náuseas, vômitos e diarreia (podem ocorrer entre o segundo e o sexto dia da doença)
- Perda de apetite
- Mal-estar
2. O que fazer em caso de suspeita de dengue?
Ao perceber os sintomas da dengue, procure atendimento médico imediatamente. A avaliação médica é crucial para confirmar o diagnóstico, determinar a gravidade da doença e iniciar o tratamento adequado.
A dengue pode evoluir para quadros graves, com risco de hemorragias e complicações. O diagnóstico precoce é fundamental para evitar o agravamento da doença e garantir o tratamento correto.
3. Quais medicamentos posso tomar para dengue?
O tratamento da dengue clássica se baseia em:
- Repouso
- Hidratação abundante: ingerir bastante líquido (60 a 80 ml por kg de peso) é essencial para repor os líquidos perdidos pelo organismo.
- Analgésicos e antitérmicos: paracetamol e dipirona são os medicamentos indicados para aliviar a dor e a febre.
Importante: jamais se automedique! A automedicação pode ser perigosa, mascarar sintomas e atrasar o diagnóstico correto.
4. Quais medicamentos são contraindicados para dengue?
Alguns medicamentos comuns para dor e inflamação devem ser evitados em caso de suspeita ou confirmação de dengue, pois podem aumentar o risco de sangramentos e agravar o quadro:
- Anti-inflamatórios não esteroidais (AINEs): ibuprofeno, diclofenaco, ácido acetilsalicílico (AAS), entre outros.
- Corticoides: prednisona, prednisolona, hidrocortisona, entre outros.
Esses medicamentos interferem na coagulação do sangue e podem causar hemorragias, especialmente em pacientes com dengue, que já apresentam fragilidade dos vasos sanguíneos.
5. Ivermectina cura a dengue?
Não, a ivermectina não é indicada para o tratamento ou prevenção da dengue. A Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Ministério da Saúde não recomendam o uso desse medicamento para a doença.
Embora a ivermectina tenha sido estudada por seu potencial antiviral, as pesquisas não demonstraram resultados clínicos positivos contra a dengue, ou seja, não há comprovação científica de que ela traga benefícios para a saúde de pessoas infectadas.
6. Frutas cítricas, chás e suplementos previnem ou curam a dengue?
Não há comprovação científica de que o consumo de frutas cítricas, chás, suplementos vitamínicos ou qualquer alimento específico possa prevenir ou curar a dengue.

Embora existam algumas crenças populares sobre o poder de certos alimentos no combate à doença, faltam estudos clínicos robustos que comprovem sua eficácia e segurança.
7. Como diferenciar a dengue clássica da dengue grave?
A dengue pode se manifestar em diferentes graus de gravidade:
- Dengue clássica: apresenta os sintomas comuns da doença, como febre alta, dores no corpo, dor de cabeça e manchas vermelhas na pele.
- Dengue com sinais de alarme: entre o terceiro e o quinto dia da doença, podem surgir sinais de alerta, como dor abdominal intensa, vômitos persistentes, queda da pressão arterial, sangramentos (nariz, gengivas), diminuição da urina e queda abrupta na contagem de plaquetas.
- Dengue grave: é a fase mais crítica da doença, caracterizada por extravasamento de plasma sanguíneo, hemorragias graves, comprometimento de órgãos, choque e risco de morte.
8. Quando devo procurar atendimento médico?
É fundamental procurar atendimento médico imediatamente ao observar os seguintes sinais:
- Febre acima de 38°C, especialmente se acompanhada de dor de cabeça, dores no corpo e articulações, mal-estar, fadiga, perda de apetite, náuseas, vômitos e manchas vermelhas na pele.
- Sinais de alarme: dor abdominal intensa, vômitos persistentes, queda da pressão arterial, sangramentos, diminuição da urina e queda abrupta na contagem de plaquetas.
- Qualquer dúvida ou preocupação em relação aos sintomas.
Crianças, gestantes e idosos são mais vulneráveis à dengue e devem receber atenção médica redobrada.
Prevenção: a melhor forma de combater a dengue
A prevenção é a arma mais eficaz contra a dengue. Ajude a combater o mosquito Aedes aegypti com as seguintes medidas:
- Elimine focos de água parada: verifique semanalmente vasos de plantas, pneus, garrafas, latas, caixas d’água, calhas e qualquer recipiente que possa acumular água.
- Utilize repelentes: aplique repelentes aprovados pela Anvisa, seguindo as instruções do fabricante.
- Proteja sua casa: use telas em janelas e portas, mosquiteiros e roupas que cubam o corpo, principalmente ao amanhecer e anoitecer, quando o mosquito é mais ativo.
- Participe de campanhas de combate à dengue: apoie as iniciativas de controle do mosquito em sua comunidade.
Vacinação: a vacina contra a dengue é uma importante ferramenta de prevenção. Informe-se sobre a disponibilidade da vacina em sua cidade.
Lembre-se: a dengue é uma doença grave, mas pode ser prevenida. Faça a sua parte para proteger a sua saúde e a de todos!