Dia 1º de agosto é o Dia Mundial de Combate ao Câncer, data para reforçar a necessidade por melhorias na prevenção e tratamento dessa doença que é uma das que mais mata no País.
O Instituto Lado a Lado pela Vida realiza o Global Fórum, nos dia 1 e 2 de agosto, em Brasília, para trazer discussões e debates importantes no combate ao câncer, incluindo a campanha para oficializar a nova política pública nacional do câncer, a PL que está movimentando a área da saúde no país.
Segundo dados da Fundação Instituto de Pesquisa e Estudo de Diagnóstico por Imagem (FIDI), instituição sem fins lucrativos referência em diagnóstico por imagem que atende principalmente os estados de São Paulo e Goiás, além da cidade de Manaus-AM, a procura por exames deste tipo diminuiu em sua rede, e a pandemia de Covid-19 pode ser uma das causas desta diminuição.
Em 2019, antes do início da pandemia, a fundação realizou mais de 154 mil exames para detectar o câncer pulmonar. Em 2020, o número caiu para cerca de 85 mil exames. No auge da pandemia, em 2021, alcançou um pouco mais de 38 mil exames realizados. Em 2022, o número voltou a subir, para 75 mil, mas praticamente estagnou neste ano, com 39 mil exames sendo realizados no primeiro semestre.
Para o gerente médico da FIDI, Dr. Harley De Nicola, esta queda é um sinal de alerta. “O câncer pulmonar é um dos tumores malignos mais comuns no mundo e dificilmente é diagnosticado em fases iniciais. Durante a pandemia, as tomografias de tórax eram realizadas em pacientes com sintomas de Covid-19, ou seja, para diagnóstico e não para rastreamento. Por conta disso, ainda há um pensamento dos pacientes de que as salas de exames são locais contaminados. Mas, com uma maior conscientização da população, o número de exames para rastreamento pode aumentar, evitando a detecção da doença em estágios avançados”, comenta o médico.
Nos estágios iniciais, os tumores restritos ao pulmão podem ser operados e removidos, com chance de cura de até 70%. Já nos estágios mais avançados, é necessária uma associação de quimio e radioterapia, com eventual resgate cirúrgico, mas as chances de cura caem drasticamente, não ultrapassando 30% [1].
Segundo estimativa do Instituto Nacional de Câncer (INCA)[2], 28.618 mil pessoas morreram em decorrência de câncer de pulmão em 2020 no Brasil, com estimativa de 32 mil novas ocorrências todos os anos, sendo sua principal causa o tabagismo, responsável por cerca de 85% dos casos. A fumaça proveniente de produtos como cigarro, cachimbo, charuto, narguilé e fumo-de-corda aumenta significantemente o risco de desenvolvimento de câncer nos pulmões.
Assim, é importante que os usuários de produtos com derivados do tabaco realizem exames de rotina para detecção precoce, como ressonância magnética, tomografia computadorizada e raios-X, que são utilizados para detectar e avaliar a extensão de tumores nos pulmões e em outras partes do organismo.
Em relação aos achados, de acordo com os dados da FIDI, foram registrados 142 casos nos mais de 75 mil exames realizados pela fundação em 2022 (0,19%), e 110 registros (0,28% dos exames realizados) apenas no primeiro semestre de 2023, o que demonstra também um aumento considerável no número de casos em relação ao número de exames.
“É difícil apontar uma causa para o aumento do número de casos, que pode ser apenas um fenômeno localizado, mas é importante frisar que, com menos exames realizados, menos casos existentes são descobertos, as possibilidades de tratamento diminuem, e são grandes as chances do aumento do número de mortes, e por isso é importante conscientizar a população”. complementa Dr. Harley De Nicola.
É essencial reforçar que a principal causa do câncer de pulmão é o tabagismo, mas pessoas não fumantes também têm a possibilidade de desenvolver a doença, e a prevenção é a única maneira de aumentar as chances de tratamento e sobrevida.
Fonte: Global Fórum e FIDI