Nos dias 20 e 21 de junho aconteceu o Fórum Brasil Imune, um evento do Instituto Lado a Lado Pela Vida que reuniu especialistas, gestores da saúde pública e privada, sociedades de especialidades e muito mais para discutir e traçar caminhos para mudar o cenário da imunização no Brasil.
Fórum Brasil Imune | dia 01
O primeiro dia de Fórum, que aconteceu na sede da OPAS em Brasília, contou com a abertura de Marlene Oliveira, presidente do Instituto Lado a Lado: “A informação de qualidade precisa chegar na comunidade. A vacina tem que chegar no braço das pessoas, a gotinha na boca das crianças”, discursou.
Ao lado de Marlene, convidados como a deputada Silvia Cristina, o dr. Eder Gatti, diretor do Departamento de Imunização e Doenças Imunopreveníveis, e o dr. Ricardo Gadelha, coordenador de apoio à imunização e monitoramento das coberturas vacinais na Atenção Primária, também deram suas contribuições para iniciar os debates sobre o cenário da imunização no Brasil.
Andressa Simonini, jornalista, fundadora do portal Juntos na Saúde e editora-executiva da Pais&Filhos, foi a mediadora de todos os painéis do dia. No primeiro do dia, o tema “O Cenário da Imunização no Brasil: avanços e desafios”, trouxe a real da vacinação para as mesas de debate e colocou especialistas para traçar planos de ação para mudar essa realidade.
O segundo painel teve como tema “O Papel do Legislativo e Judiciário na Imunização”. Participante da mesa, o deputado Weliton Prado foi cirúrgico em seu apontamento: “Precisamos melhorar a comunicação de massa, e tudo que é massa precisa ser feito em escolas. As crianças levam as informações para os pais, então falar sobre vacina nas salas de aula é muito importante”.
Para o terceiro e último painel do dia, Andressa Simonini contou com um time enorme de especialistas para defender a imunização. Com o tema “Enfrentamento das fake-news, comunicação de risco e propostas de Estratégias para o alcance de altas coberturas vacinais”. O primeiro consenso de todos os participantes da mesa estava muito claro: “Temos que estar preparados para responder às perguntas sobre vacinação de forma bem fundamentada”, explicou a dra. Helaine Capucho, professora da Universidade de Brasília e especialista em gestão hospitalar e segurança do paciente.
Fórum Brasil Imune | dia 02
O segundo dia de Fórum Brasil Imune aconteceu no Centro de Convenções Brasil 21, também em Brasília. Com mediação de Andressa Simonini, o evento contou com cinco painéis – todos repletos de especialistas para debater o cenário da imunização no país.
Em “Alerta ligado – as baixas coberturas vacinais representam um risco eminente para o padrão de saúde que conhecemos hoje”, os convidados alertaram para a falsa sensação de segurança que muitos negacionistas têm hoje – e que só existe por causa do imenso trabalho de imunização que já foi feito com a população.
“O que faz as pessoas não se vacinarem em uma região no interior da Amazônia, em uma grande metrópole como São Paulo, certamente não é o mesmo motivo que faz alguém não se vacinar em outras regiões no interior do nordeste. As ações de combate à hesitação, para melhoria de acesso e de comunicação têm que ser customizadas para cada região. A gente não pode achar que um discurso único vai atingir todos da mesma forma”, explicou o dr. Renato Kfouri, participante da primeira mesa.
O segundo painel do dia trouxe o tema “Populações em risco – crianças a partir de 1 ano de vida, adolescentes e idosos”, discutindo ainda mais forte o poder que a desinformação tem sobre as pessoas. “Talvez a gente precise ter uma ação governamental para educar a todo instante, para combater níveis de desinformação – o que não é fácil, porque estamos em um Brasil que tem abundância de pediatras e escassez de geriatras”, disse Otavio de Toledo Nobrega, presidente do departamento de Gerontologia da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia.
No terceiro painel, intitulado “Vigilância e Vacinação são a chave para manter o controle sobre a Covid-19?”, o dr. Eder Gatti e a dra. Helaine Capucho deram um show de argumentos e informações durante o debate sobre covid e fake news.
Ainda seguindo a linha do poder da comunicação, o painel “Como ampliar o acesso à vacina por meio da informação?” foi o quarto do dia e trouxe os diferentes Brasis que existem dentro de um só país continental, suas necessidades e quais mudanças devem ser feitas para que uma informação chegue a todos.
Por fim, o quinto painel trouxe para a luz do debate “O papel do setor privado de saúde na imunização da população”. Em sua fala, a participante Marcela Amaral, gerente de acesso e precificação da Sindusfarma, comentou sobre uma possibilidade de estratégia para mudar o cenário da vacinação no Brasil: “A gente tem uma indústria farmacêutica forte. Podemos pensar em parcerias público-privadas para o desenvolvimento de vacinas que a gente precisa para a nossa população”.
Os dois dias de Fórum Brasil Imune foram transmitidos em vídeo no YouTube e Facebook do Instituto Lado a Lado Pela Vida e estão disponíveis para serem assistidos a qualquer momento.