O estudo Digital Health Monitor, realizado pela Planin Comunicação em parceria com o Worldcom Public Relations Group, analisou a presença digital das 25 maiores empresas farmacêuticas do mundo entre 2023 e 2024. A pesquisa, que avaliou sites, blogs, aplicativos e redes sociais, revelou que a indústria, apesar de ter um papel crucial na saúde, ainda está aquém do seu potencial no que diz respeito à comunicação digital.
Um Desafio de Presença Online
A pesquisa destaca o uso insuficiente das redes sociais por parte das farmacêuticas. Embora as plataformas digitais sejam cruciais para compartilhar informações, inspirar ideias e educar o público sobre doenças e tratamentos, muitas empresas não exploram completamente suas capacidades. Essa falta de estratégia limita o alcance global e a capacidade de conectar-se com diferentes públicos.
A Roche Pharmaceuticals lidera o ranking global de presença online, seguida pela Pfizer. No Brasil, a Bayer ocupa o primeiro lugar, enquanto empresas como Gilead Sciences e Otsuka Pharmaceutical ainda não possuem uma presença online no país.
Website: Uma Ferramenta Essencial, Mas Subutilizada
Todas as 25 maiores empresas farmacêuticas possuem um website global, mas nem todas oferecem conteúdo em idiomas locais. Essa falta de adaptação limita o alcance e a relevância das informações para diferentes regiões. Em média, as empresas utilizam 81% do potencial de seus portais, com Pfizer e Roche liderando em termos de sites locais.
Redes Sociais: Uma Mixagem de Ascensão e Queda
O uso de blogs pelas empresas farmacêuticas aumentou em relação a 2023. No entanto, o impacto ainda é modesto, com poucas postagens e difícil acesso. Apenas 26% das operações regionais dessas grandes empresas do setor de saúde consideram os blogs como ferramentas rotineiras.
A plataforma X (antigo Twitter) sofreu um êxodo significativo, com seis empresas sem contas internacionais. O uso dessa plataforma caiu de 12% em 2023 para 9% em 2024, com a previsão de uma continuação dessa queda. Esse declínio representa uma mudança dramática em relação a 2018, quando 32% das empresas utilizavam frequentemente a plataforma.
O Facebook, por outro lado, está presente para todas as empresas, exceto Astellas, Daiichi Sankyo e Otsuka. No entanto, o uso é baixo, com uma média de 12% de atividades contínuas.
No LinkedIn, todas as 25 empresas possuem contas globais, exceto duas. Novartis e Roche Pharmaceutical continuam no topo da lista, e agora há outras empresas que se juntaram a elas com uma eficiência no LinkedIn superior a 20%.
As empresas têm uma presença fraca em canais como Instagram e Pinterest. Apenas 1% delas usa TikTok. Esse cenário demonstra uma oportunidade perdida de alcançar um público maior e mais diversificado.
Foco no Paciente: A Nova Era da Comunicação
O estudo destaca a crescente importância de colocar o paciente no centro da estratégia de comunicação. A integração de dados, a inteligência artificial e a personalização de terapias são tendências crescentes no setor. Regulamentadores exigem a inclusão da voz dos consumidores nos ensaios clínicos.
O estudo Digital Health Monitor evidencia que as empresas farmacêuticas têm uma oportunidade significativa de melhorar suas estratégias de comunicação digital. Ao adotar uma abordagem mais estratégica e integrada, as empresas podem usar as plataformas digitais para compartilhar informações importantes, educar o público e construir relacionamentos mais fortes com os pacientes.
O estudo destaca a importância de uma presença online forte e engajadora, com foco no paciente e na adaptação às necessidades regionais. A comunicação digital eficaz pode contribuir para o bem-estar da sociedade e para o sucesso das empresas farmacêuticas.