A prática regular de exercícios físicos pode ser uma arma poderosa na luta contra o câncer de próstata, aponta um estudo publicado no British Journal of Sports Medicine. A pesquisa, que analisou dados de milhares de homens, sugere que melhorar a aptidão física pode reduzir em até 35% as chances de desenvolver a doença.
A importância do condicionamento físico na prevenção do câncer de próstata
O estudo sueco acompanhou cerca de 57 mil homens entre 1982 e 2019, avaliando seus níveis de aptidão física por meio de testes em bicicleta ergométrica realizados a cada cinco anos. Os resultados revelaram uma forte correlação entre a capacidade cardiorrespiratória e o risco de câncer de próstata.
Os participantes que apresentaram uma melhora de 3% ou mais em sua aptidão física anualmente tiveram 35% menos chances de desenvolver a doença em comparação com aqueles cuja capacidade cardiorrespiratória diminuiu no mesmo período. A pesquisa também considerou fatores como idade, peso e tabagismo, reforçando a importância da atividade física na prevenção do câncer de próstata.
Benefícios do exercício físico para pacientes com câncer de próstata
Além da prevenção, a prática de exercícios físicos também se mostra benéfica para homens que já foram diagnosticados com câncer de próstata. Diversos estudos apontam que a atividade física regular atua como terapia coadjuvante aos tratamentos convencionais, como cirurgia, radioterapia e terapias hormonais.
A fisioterapeuta Tania Tonezzer, especialista em fisioterapia oncológica e fundadora do Onco Movimento, destaca que a prática de exercícios pode minimizar sintomas e melhorar a qualidade de vida dos pacientes. “Precisamos estimular os pacientes a permanecerem ativos, independentemente do estágio ou momento do tratamento”, afirma a especialista.
Como a atividade física auxilia no tratamento do câncer de próstata
Os tratamentos para o câncer de próstata, como a terapia de privação androgênica (TDA), podem causar efeitos colaterais que afetam a saúde física e mental dos pacientes. A diminuição da produção de testosterona, por exemplo, pode levar à redução da força muscular, da capacidade cardiorrespiratória e ao aumento da fadiga.
Nesse contexto, a prática regular de exercícios físicos surge como um importante aliado para combater esses efeitos colaterais. Estudos indicam que a atividade física moderada após o tratamento pode:
- Melhorar a qualidade de vida
- Diminuir a fadiga
- Aprimorar a capacidade física e cardiorrespiratória
- Reduzir os sintomas da doença
A recomendação é que os pacientes sejam incentivados por suas equipes médicas a praticar exercícios físicos regularmente, seguindo as diretrizes da Organização Mundial da Saúde (OMS) e da American Society of Clinical Oncology (ASCO).
Exercícios em grupo e treinamento de resistência: potencializando os resultados
Pesquisas sugerem que a prática de exercícios em grupo pode ter um impacto ainda mais positivo na saúde dos pacientes com câncer de próstata. O apoio e a interação social proporcionados pelo ambiente em grupo podem contribuir para a motivação e a adesão ao programa de exercícios.
Além disso, a inclusão de treinamento de resistência, com foco no fortalecimento muscular, é fundamental para combater a perda de massa muscular e melhorar a força e o desempenho físico dos pacientes.
A importância de se manter ativo durante e após o tratamento
Em suma, os estudos evidenciam a importância da atividade física na prevenção e no tratamento do câncer de próstata. A prática regular de exercícios físicos pode reduzir o risco de desenvolver a doença, minimizar os efeitos colaterais dos tratamentos e melhorar a qualidade de vida dos pacientes.
É fundamental que os homens estejam conscientes dos benefícios da atividade física e busquem orientação médica para iniciar um programa de exercícios adequado às suas necessidades. Manter-se ativo, independentemente do estágio da doença, é crucial para uma vida mais saudável e com mais qualidade.
Fontes: CNN Brasil; Instituto Vencer o Câncer; Metrópoles