A água é essencial para a vida, compondo cerca de 60% a 70% do corpo humano. Mas a quantidade ideal de água a ser ingerida diariamente ainda é motivo de debate entre médicos e cientistas. Enquanto a crença popular defende os dois litros diários, especialistas argumentam que a necessidade individual varia, influenciada por fatores como idade, clima, nível de atividade física e até o IDH.
Desvendando o mito dos dois litros:
Um estudo da Universidade de Aberdeen contesta a recomendação generalizada dos dois litros de água por dia, equivalente a oito copos. A pesquisa sugere que essa quantidade pode ser excessiva para muitos, apontando para uma variação entre 1,3 e 1,8 litros como ideal.
A pesquisa publicada na revista Science reforça essa ideia, destacando que sexo, idade, características físicas, umidade do ar, temperatura e IDH influenciam diretamente a necessidade hídrica individual. Portanto, a quantidade ideal de água varia de pessoa para pessoa.
Sede: o sinal vital do corpo
Especialistas concordam que a sede é o principal indicador da necessidade de hidratação. O mecanismo da sede é um sistema de proteção natural do corpo, garantindo que a perda de água nunca supere a ingestão e prevenindo a desidratação. Beber água constantemente sem sentir sede pode ser desnecessário, já que a ingestão de líquidos já ocorre através de alimentos e outras bebidas.
Os rins: mestres da regulação hídrica
Os rins desempenham um papel fundamental na regulação da quantidade de água no corpo, adaptando a concentração da urina e eliminando o excesso de líquidos. Em condições extremas de desidratação, a produção de urina pode ser reduzida para apenas 150 ml, enquanto em situações de alta ingestão de líquidos, a produção pode chegar a 20 litros.
O hormônio antidiurético (ADH), produzido na hipófise, também atua nesse processo, aumentando a reabsorção de água pelos rins quando a concentração de água no corpo diminui.
Perigo da superhidratação:
Embora os rins sejam capazes de eliminar grandes quantidades de água, o consumo excessivo, acima de 15 litros por dia ou em um curto período de tempo, pode levar à intoxicação hídrica. Essa condição, também conhecida como “overdose de água”, ocorre quando o corpo não consegue eliminar o excesso de líquido, causando diluição de solutos, inchaço cerebral e graves problemas neurológicos que podem ser fatais.
Grupos de risco:
Pessoas com insuficiência renal ou cardíaca devem ter cuidado redobrado com a ingestão de água, pois o organismo pode ter dificuldade em eliminar o excesso de líquidos, levando a complicações como inchaço, dificuldade respiratória e aumento da pressão arterial.
Indivíduos com infecção urinária recorrente ou propensão a cálculos renais podem se beneficiar de um consumo maior de água, pois o aumento do fluxo urinário auxilia na eliminação de bactérias e previne a formação de pedras nos rins.
Idosos e a importância da hidratação:
Idosos, especialmente aqueles com condições neurológicas como AVC ou demência, podem ter a sensação de sede diminuída, necessitando de auxílio para se manterem hidratados. Cuidadores e casas de repouso devem estar atentos a essa necessidade, oferecendo água regularmente aos idosos sob seus cuidados.
Dicas para se manter hidratado:
- Preste atenção à sua sede: beba água ao sentir sede, sem a necessidade de seguir regras rígidas.
- Observe a cor da urina: uma urina amarelo escura e com odor forte pode indicar desidratação.
- Tenha uma garrafa de água sempre por perto: facilita o consumo de água ao longo do dia.
- Experimente águas saborizadas: adicionar frutas, legumes ou ervas à água pode torná-la mais atrativa.
- Consuma frutas e legumes ricos em água: melancia, pepino, abacaxi e laranja são ótimas opções.
A quantidade ideal de água a ser ingerida por dia varia de pessoa para pessoa. É fundamental ouvir o seu corpo e beber água quando sentir sede. Em caso de dúvidas, consulte um médico ou nutricionista para uma avaliação individualizada.
Fontes: CNN Brasil; Tua Saúde