Ultraprocessados podem ser tão perigosos quanto o cigarro? Especialistas respondem

Especialistas alertam: a dependência por alimentos ultraprocessados é tão perigosa quanto a de álcool e tabaco! Ricos em açúcares, gorduras e aditivos, eles viciam como o cigarro

Especialistas alertam para os riscos do consumo excessivo de alimentos ultraprocessados, comparando o vício a substâncias como álcool, tabaco e drogas. A preocupação se intensifica diante da crescente crise de obesidade global, impulsionada pelo consumo desenfreado de produtos industrializados ricos em açúcares, gorduras e aditivos químicos.

Ultraprocessados: delícias viciantes?

Refrigerantes, biscoitos recheados, salgadinhos de pacote… Quem consegue resistir a essas tentações? A dificuldade em consumir moderadamente esses alimentos ultraprocessados reside em sua composição. A combinação de altas quantidades de açúcares, gorduras saturadas e aditivos químicos, potencializada por aromas, sabores e texturas artificiais, cria uma experiência sensorial viciante, estimulando o consumo compulsivo e desregulado.

Enquanto alimentos in natura e minimamente processados apresentam açúcares ou gorduras em quantidades moderadas, os ultraprocessados combinam ambos os nutrientes em doses elevadas, criando um ciclo vicioso de desejo e consumo.

Consequências para a saúde: obesidade e doenças crônicas

A obesidade, que afeta 80% da população mundial, é a principal preocupação relacionada ao consumo de ultraprocessados. O excesso de peso, por sua vez, aumenta o risco de desenvolver doenças crônicas como diabetes tipo 2, doenças cardiovasculares e alguns tipos de câncer.

A comunidade médica e científica busca reconhecer a dependência por ultraprocessados como um transtorno por uso de substâncias, similar ao vício em nicotina. A Organização Mundial da Saúde (OMS) está sendo pressionada a classificar o vício em junk food como um problema de saúde pública.

A similaridade entre a dependência em ultraprocessados e outras substâncias

A similaridade com a dependência em nicotina, por exemplo, reside no fato de que os ultraprocessados, assim como o cigarro, contêm substâncias que causam alterações no sistema de recompensa do cérebro, levando à busca por mais consumo para obter a mesma sensação de prazer. Além disso, a abstinência desses alimentos também pode gerar sintomas desagradáveis, como ansiedade, irritabilidade e dificuldade de concentração, semelhantes aos observados na abstinência de nicotina.

Ainda que a dependência alimentar por ultraprocessados não seja um diagnóstico clínico reconhecido, autoridades médicas, como as que compõem a Colaboração de Saúde Pública, pedem que a OMS classifique o vício em junk food como um transtorno por uso de substâncias. Essa classificação facilitaria a implementação de políticas públicas para combater o problema, como a limitação da publicidade de alimentos ultraprocessados e a tributação de bebidas açucaradas.

É importante ressaltar que a combinação de altas quantidades de açúcares, gorduras e aditivos químicos presentes nos ultraprocessados é a principal responsável pelo desenvolvimento da dependência. Esses ingredientes, combinados com aromas, sabores e texturas artificiais, criam uma experiência sensorial extremamente prazerosa, que leva o cérebro a buscar repeti-la constantemente.

ultraprocessados

Em resumo, a dependência em ultraprocessados compartilha diversas características com outras dependências, como a de nicotina, incluindo:

  • Ativação do sistema de recompensa do cérebro
  • Dificuldade em controlar o consumo
  • Presença de sintomas de abstinência

Combatendo o vício: estratégias para um futuro mais saudável

A conscientização sobre os perigos dos ultraprocessados e a implementação de políticas públicas eficazes são essenciais para reverter esse cenário preocupante. Algumas medidas já estão em discussão pela OMS, incluindo:

  • Limitação da publicidade de alimentos e bebidas açucaradas, especialmente para o público infantil.
  • Implementação de impostos sobre bebidas açucaradas, como refrigerantes, para desestimular o consumo.
  • Facilitação do acesso a alimentos saudáveis para toda a população.

Dicas práticas para reduzir o consumo de ultraprocessados

  • Leia os rótulos dos alimentos: fique atento à quantidade de açúcares, gorduras e aditivos químicos.
  • Cozinhe mais em casa: priorize alimentos in natura e minimamente processados.
  • Faça substituições inteligentes: troque refrigerantes por água, sucos naturais ou chás.
  • Planeje suas refeições: evite a tentação de consumir ultraprocessados por impulso.
  • Busque apoio profissional: um nutricionista pode auxiliá-lo na elaboração de um plano alimentar saudável e individualizado.

A dependência em ultraprocessados é um problema real e urgente, com impactos significativos para a saúde pública. A conscientização, a mudança de hábitos alimentares e a implementação de políticas públicas eficazes são os pilares para combater esse desafio e construir um futuro mais saudável para todos.

Fontes: Veja Saúde; Metrópoles

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