O hipotireoidismo, uma condição que afeta a glândula tireoide, caracteriza-se pela queda na produção dos hormônios T3 (triiodotironina) e T4 (tiroxina). A tireoide desempenha um papel crucial na regulação de órgãos vitais como o coração, o cérebro, o fígado e os rins, impactando o metabolismo do corpo como um todo. Afeta principalmente mulheres, mas pode ocorrer em qualquer pessoa, independentemente de idade ou gênero, incluindo recém-nascidos, no caso do hipotireoidismo congênito.
Diagnóstico e detecção precoce
A detecção precoce do hipotireoidismo é fundamental, especialmente em recém-nascidos. O Teste do Pezinho, realizado idealmente entre o terceiro e o sétimo dia de vida, possibilita o diagnóstico do hipotireoidismo congênito. Em casos positivos, o tratamento imediato sob supervisão médica é crucial para prevenir consequências como o retardo mental, permitindo que o bebê tenha uma vida normal.
Em adultos, o diagnóstico geralmente envolve a avaliação dos sintomas, histórico de saúde e exames laboratoriais.
Sintomas do hipotireoidismo
Eles podem ser variados e, por vezes, sutis, o que dificulta o diagnóstico. Alguns dos sintomas mais comuns incluem:
- Depressão
- Desaceleração dos batimentos cardíacos
- Prisão de ventre
- Menstruação irregular
- Falhas de memória
- Cansaço excessivo
- Dores musculares
- Pele seca
- Queda de cabelo
- Ganho de peso
- Aumento do colesterol no sangue
É importante observar que esses sintomas podem ser indicativos de outras condições médicas, por isso a consulta com um médico é essencial para um diagnóstico preciso.
Principais causas
- Deficiência de iodo na dieta
- Excesso de iodo na dieta
- Cirurgia na tireoide
- Uso de iodo radioativo
- Radioterapia na região do pescoço
- Tumores na hipófise
- Radioterapia no cérebro
- Resistência ou deficiência do hormônio TRH
- Uso de certos medicamentos, como opioides, dopamina e lítio
Tipos de hipotireoidismo
O hipotireoidismo pode ser classificado em diferentes tipos, de acordo com sua causa e características:
- Hipotireoidismo primário: ocorre quando a própria glândula tireoide não produz hormônios suficientes. A causa mais comum é a Tireoidite de Hashimoto.
- Hipotireoidismo secundário: resulta de problemas na hipófise, glândula localizada no cérebro que regula a tireoide. A hipófise produz o hormônio TSH, que estimula a tireoide.
- Hipotireoidismo terciário: ocorre quando o hipotálamo, outra glândula no cérebro, não produz TRH suficiente, hormônio que estimula a hipófise a produzir TSH.
- Hipotireoidismo congênito: presente desde o nascimento do bebê, geralmente diagnosticado pelo Teste do Pezinho.
- Hipotireoidismo autoimune: causado pelo ataque do sistema imunológico às células da tireoide, como na Tireoidite de Hashimoto.
- Hipotireoidismo subclínico: caracterizado por níveis normais de T4 livre, mas níveis elevados de TSH, indicando uma disfunção inicial da tireoide.
- Hipotireoidismo na gravidez: pode afetar o desenvolvimento do bebê e requer acompanhamento médico.
- Hipotireoidismo pós-parto: surge após o parto, geralmente transitório, mas necessita de tratamento.
Possíveis tratamentos:
O tratamento do hipotireoidismo visa repor os hormônios tireoidianos que o corpo não está produzindo em quantidade suficiente. O medicamento mais utilizado é a levotiroxina, que deve ser tomada diariamente em jejum.
A dosagem da levotiroxina é individualizada e precisa ser ajustada pelo médico de acordo com os resultados dos exames de sangue. O acompanhamento médico regular é fundamental para monitorar os níveis hormonais e garantir a eficácia do tratamento.
Complicações do hipotireoidismo não tratado
- Redução da performance física e mental
- Elevação dos níveis de colesterol, aumentando o risco de problemas cardíacos
- Bócio (aumento da glândula tireoide)
- Problemas cardíacos
- Dificuldade de respirar
- Problemas de saúde mental
- Problemas no fígado, rins e ossos
- Alterações no metabolismo corporal
Importância do acompanhamento médico
O hipotireoidismo é uma condição crônica que requer acompanhamento médico regular para garantir o controle dos sintomas e prevenir complicações. A automedicação deve ser evitada, e qualquer alteração na dosagem da medicação deve ser discutida com o médico.
Importante: As informações contidas neste texto são apenas para fins informativos e não devem ser consideradas como aconselhamento médico. É fundamental consultar um médico para diagnóstico e tratamento adequados.
Fontes: Biblioteca Virtual em Saúde (Ministério da Saúde); Rede D’or São Luiz