A homeopatia, um sistema de medicina alternativa que tem ganhado cada vez mais adeptos, baseia-se no princípio de “semelhante cura semelhante” (Similia Similibus Curantur). Esse conceito, que remonta a Hipócrates no ano 450 a.C., sugere que substâncias que causam certos sintomas em pessoas saudáveis podem, em doses mínimas, tratar esses mesmos sintomas em pessoas doentes. A homeopatia visa estimular os mecanismos de cura do próprio corpo, buscando o reequilíbrio do fluxo de energia vital.
A história da homeopatia no Brasil
O Dia Nacional da Homeopatia, comemorado em 21 de novembro, celebra a chegada do médico francês Dr. Benoit Jules Mure ao Brasil, em 1840. Conhecido como Dr. Bento Mure, ele se curou da tuberculose com a homeopatia e se tornou um grande divulgador dessa prática no Rio de Janeiro.
Os princípios da homeopatia
Lei dos semelhantes: a base da homeopatia é a ideia de que “o semelhante cura o semelhante”. Isso significa que uma substância que provoca sintomas em uma pessoa saudável, quando diluída e administrada a um indivíduo doente com os mesmos sintomas, pode estimular a cura. Essa ideia é semelhante ao princípio das vacinas.
Energia vital: a homeopatia reconhece a existência de uma força vital ou energia que mantém a saúde e o equilíbrio do corpo. Doenças são vistas como desequilíbrios nessa energia vital.
Individualidade do paciente: o tratamento homeopático considera as características únicas de cada pessoa, incluindo sintomas, histórico de saúde e estilo de vida. Acredita-se que cada indivíduo tem seu próprio medicamento homeopático específico, que atua no organismo como um todo, e não apenas nos sintomas da doença.
Diluição e dinamização: os medicamentos homeopáticos são preparados através de um processo de diluições e sucussões (dinamizações) sucessivas. Quanto mais diluído o medicamento, mais potente ele se torna, segundo a homeopatia. Em alguns casos, a diluição é tão grande que não há moléculas detectáveis da substância original.
O que são medicamentos homeopáticos?
Os medicamentos homeopáticos são produzidos a partir de substâncias naturais, como plantas, minerais e animais. Essas substâncias são diluídas e dinamizadas em farmácias de manipulação, de acordo com as normas da farmacopeia.
Regulamentação e segurança: no Brasil, os medicamentos homeopáticos são regulamentados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A Anvisa garante a qualidade e a segurança dos medicamentos homeopáticos comercializados no país.
Tratamento homeopático
Esse tipo de tratamento busca fortalecer as defesas do corpo para que ele se reequilibre e combata a causa da doença. O médico homeopata realiza uma anamnese detalhada para conhecer o paciente e seus sintomas, buscando identificar o medicamento mais adequado para cada caso.
Homeopatia no SUS: a homeopatia é reconhecida como especialidade médica pelo Conselho Federal de Medicina e integra o Sistema Único de Saúde (SUS) desde 2006, através da Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC).
Doenças agudas e crônicas
A homeopatia pode ser utilizada no tratamento de diversas condições de saúde, tanto agudas quanto crônicas.
- Doenças agudas: são aquelas que surgem de repente, como gripes, resfriados e infecções.
- Doenças crônicas: têm um desenvolvimento mais lento e duradouro, como alergias, asma, diabetes e doenças autoimunes.
A eficácia da homeopatia
A eficácia da homeopatia tem sido objeto de debate na comunidade científica. Enquanto algumas pesquisas sugerem que a homeopatia pode ter efeitos benéficos no tratamento de certas condições, outras indicam que seus efeitos não são superiores aos do placebo. A FDA (Food and Drug Administration) dos Estados Unidos isenta os medicamentos homeopáticos de algumas exigências impostas a outros medicamentos, como a comprovação de eficácia.
Possíveis efeitos adversos
A homeopatia é geralmente considerada segura, com baixo risco de efeitos adversos. No entanto, é importante procurar um médico homeopata qualificado para garantir a segurança e a eficácia do tratamento.
Importante: este texto tem caráter informativo e não substitui a orientação de um profissional de saúde. Em caso de dúvidas, consulte um médico.
Fontes: Biblioteca Virtual emSaúde (Ministério da Saúde); Manual MSD; Infarmed