Consumidores de café podem ter menos chances de desenvolver diabetes, diz estudo

Essa pesquisa revelou que os consumidores de café podem ter menos chances de desenvolver as doenças cardiometabólicas, como diabetes e AVC, por conta das propriedades do alimento

Uma ótima notícia para os amantes de café! Um novo estudo publicado no periódico científico Journal of Clinical Endocrinology & Metabolism da Endocrine Society revelou que o consumo moderado de café e cafeína pode estar associado a um menor risco de desenvolver doenças cardiometabólicas, incluindo diabetes tipo 2, doenças cardíacas coronárias e AVC.
A pesquisa, liderada pelo Dr. Chaofu Ke do Departamento de Epidemiologia e Bioestatística da Escola de Saúde Pública da Faculdade de Medicina de Suzhou da Universidade de Soochow, na China, analisou dados de mais de 170 mil participantes do UK Biobank, um amplo estudo longitudinal sobre dieta no Reino Unido. Os resultados indicaram que o consumo regular de café ou cafeína, especialmente em níveis moderados (cerca de três xícaras de café ou 200-300mg de cafeína por dia), estava relacionado a uma redução significativa no risco de desenvolver doenças cardiometabólicas.
O estudo destaca a importância de promover o consumo moderado de café ou cafeína como um hábito alimentar para pessoas saudáveis, o que pode trazer benefícios abrangentes para a prevenção desse tipo de doença.
O que são doenças cardiometabólicas?
As doenças cardiometabólicas são um grupo de condições inter-relacionadas que afetam o sistema cardiovascular e o metabolismo. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), essas doenças estão entre as principais causas de morte em todo o mundo, tanto em países desenvolvidos quanto em desenvolvimento. Estima-se que 25% da população adulta mundial sofra com essa síndrome.
As principais doenças cardiometabólicas incluem:
  • Obesidade
  • Hipertensão arterial
  • Diabetes tipo 2
  • Doenças cardiovasculares, como infarto e AVC
Compreender os fatores de risco é o primeiro passo para a prevenção. Existem dois tipos principais de fatores de risco:
  1. Fatores de risco não modificáveis: Estes fatores são inerentes ao indivíduo e não podem ser alterados, como idade avançada, predisposição genética e sexo. Homens, por exemplo, apresentam um risco maior de desenvolver doenças cardiometabólicas.
  2. Fatores de risco modificáveis: Estes fatores estão relacionados ao estilo de vida e podem ser controlados por meio de mudanças de hábitos. O estilo de vida é um fator crucial no desenvolvimento dessas doenças.
Alguns dos principais fatores modificáveis incluem:
  • Sedentarismo: A falta de atividade física regular aumenta o risco de desenvolver obesidade, hipertensão arterial e diabetes tipo 2.
  • Má alimentação: Dietas ricas em carboidratos simples, açúcares, sódio e alimentos processados, como fast-food, contribuem para o ganho de peso, aumento da pressão arterial e resistência à insulina.
  • Consumo excessivo de álcool: O consumo excessivo de álcool pode levar ao aumento da pressão arterial, ganho de peso e outros problemas de saúde.
  • Tabagismo: O tabagismo é um fator de risco significativo para doenças cardíacas e outros problemas de saúde.
obesidade, uma balança com pés subindo nela
As doenças cardiometabólicas podem ser previnidas ou controladas de acordo com os hábitos adotados
Risco cardiometabólico: identificando a probabilidade
O risco cardiometabólico refere-se à chance de um indivíduo desenvolver doenças cardiometabólicas no futuro. Para determinar o risco de um paciente, os médicos avaliam diversos fatores, incluindo:
  • Histórico médico familiar: A predisposição genética pode aumentar o risco de desenvolver essas doenças.
  • Estilo de vida: Hábitos como tabagismo, consumo de álcool, dieta e níveis de atividade física são analisados.
  • Exames médicos: Exames de sangue, pressão arterial e circunferência abdominal são ferramentas importantes para identificar fatores de risco como hipertensão, glicemia elevada e obesidade.
Mudanças no estilo de vida: a chave para a prevenção
A boa notícia é que, na maioria dos casos, as doenças cardiometabólicas podem ser prevenidas ou controladas por meio de mudanças no estilo de vida. Adotar hábitos saudáveis é fundamental para reduzir o risco e melhorar a saúde cardiovascular e metabólica:
  • Alimentação saudável: Priorizar uma dieta rica em frutas, verduras, legumes, proteínas magras e grãos integrais, além de reduzir o consumo de alimentos processados, ricos em sódio, açúcar e gordura saturada.
  • Atividade física regular: Praticar pelo menos 150 minutos de atividade física de intensidade moderada por semana, como caminhada rápida, natação ou ciclismo.
  • Controle do estresse: Adotar práticas para aliviar o estresse, como meditação, yoga, leitura ou outras atividades prazerosas, pode contribuir para a saúde cardiovascular.
  • Sono de qualidade: Dormir de 7 a 8 horas por noite é essencial para a regulação hormonal e metabolismo saudável.
  • Acompanhamento médico regular: Consultas médicas regulares e a realização de exames periódicos são fundamentais para monitorar a saúde e identificar precocemente qualquer sinal de doença.
Impacto do consumo de café em diferentes estágios de desenvolvimento de doenças
Os pesquisadores observaram que o consumo moderado de café ou cafeína estava inversamente associado a quase todas as fases de desenvolvimento de doenças cardiometabólicas, incluindo:
  • Novo diagnóstico de doenças cardiometabólicas: indivíduos que consumiam café ou cafeína moderadamente apresentaram um risco 48,1% menor de receber um novo diagnóstico de doenças cardiometabólicas em comparação com não consumidores ou aqueles que consumiam menos de 100mg de cafeína por dia.
  • Desenvolvimento de múltiplas doenças cardiometabólicas (CM): o estudo constatou que o consumo moderado de café ou cafeína também estava associado a um risco 40,7% menor de desenvolver CM, que se refere à coexistência de pelo menos duas doenças cardiometabólicas.
Lacuna de pesquisa e descobertas adicionais
Embora estudos anteriores tenham demonstrado os efeitos protetores do consumo de café, chá e cafeína na morbidade de doenças cardiometabólicas individuais, os potenciais efeitos dessas bebidas no desenvolvimento de CM eram amplamente desconhecidos. Este estudo aborda essa lacuna de pesquisa, fornecendo evidências de que o consumo moderado de café pode desempenhar um papel protetor contra múltiplas doenças cardiometabólicas.
Além disso, o estudo destaca o crescente problema de saúde pública representado pela prevalência de indivíduos com múltiplas doenças cardiometabólicas à medida que as populações envelhecem em todo o mundo. As descobertas sugerem que o consumo moderado de café pode ser uma estratégia dietética simples e eficaz para reduzir o risco de desenvolver essas condições debilitantes.
Fonte: Science Daily; Complexo Hospitalar de Niterói

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