Saiba como funciona o preenchimento com PMMA e perigos do material

A Anvisa alerta para os riscos do PMMA em procedimentos estéticos. Apesar de autorizado para fins específicos, o uso inadequado pode causar complicações graves

O polimetilmetacrilato, mais conhecido como PMMA, é uma substância que, apesar de ter diversas aplicações na área da saúde, como em lentes de contato e implantes ósseos, tem sido associado a sérios riscos, especialmente quando utilizado em procedimentos estéticos. A promessa de resultados duradouros e o baixo custo em comparação a outras substâncias, como o ácido hialurônico, atraem muitos pacientes, mas é crucial entender os perigos potenciais antes de optar por esse tipo de preenchimento.

Riscos e complicações:

Embora o PMMA seja aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para fins estéticos, dermatologistas e cirurgiões plásticos alertam para os seus riscos e complicações, que podem se manifestar tanto imediatamente após a aplicação quanto anos depois.

  • Reações imediatas: problemas vasculares, incluindo embolia pulmonar, podem ocorrer logo após a aplicação.
  • Complicações a longo prazo: nódulos, inflamação e até mesmo necrose (morte do tecido) na área de aplicação são complicações frequentes.

Alerta da comunidade médica:

O caso da modelo Andressa Urach, que sofreu sérias complicações após a aplicação de PMMA nos glúteos, trouxe à tona os perigos dessa substância e gerou grande repercussão na mídia. A influenciadora Maíra Cardi também relatou ter o rosto deformado devido à aplicação de PMMA, mesmo em pequenas quantidades, e alertou sobre a dificuldade de remoção da substância.

A Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) e a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) não recomendam o uso de PMMA em preenchimentos estéticos e destacam o ácido hialurônico como a substância mais segura e eficaz.

Entendendo a ação do PMMA no organismo:

Ao contrário do ácido hialurônico, que é naturalmente absorvido pelo corpo ao longo do tempo, o PMMA é um material permanente e não biodegradável. Isso significa que, uma vez injetado, ele permanece no organismo, aumentando o risco de complicações a longo prazo.

A Anvisa exige que todos os produtos médicos, incluindo preenchedores dérmicos à base de PMMA, tenham uma etiqueta de rastreabilidade. Essa etiqueta contém informações importantes sobre o produto, como número de registro, lote, fabricante e data de validade.

procedimento estético
Embora seja aprovado pela Anvisa para fins estéticos, dermatologistas e cirurgiões plásticos alertam para os seus riscos (Foto: Freepik)

É direito do paciente solicitar a etiqueta de rastreabilidade ao realizar qualquer procedimento estético e guardá-la para futuras consultas ou em caso de necessidade de acompanhamento médico.

Alternativas mais seguras:

O ácido hialurônico é atualmente o preenchedor mais recomendado por especialistas, pois é biocompatível, absorvível pelo organismo e apresenta baixo risco de complicações. A lipoenxertia, que utiliza a gordura do próprio paciente para preenchimento, também é uma alternativa segura e com resultados naturais.

Recomendações para quem busca procedimentos estéticos:

  • Procure um profissional médico qualificado e experiente: a aplicação de qualquer substância injetável deve ser realizada por um médico especialista em procedimentos estéticos, garantindo a segurança e a eficácia do tratamento.
  • Informe-se sobre os riscos e benefícios de cada substância: converse com seu médico sobre as diferentes opções de preenchimento, entendendo os prós e contras de cada uma.
  • Priorize a sua saúde: a busca pela beleza não deve comprometer a sua saúde. Opte por procedimentos seguros e realizados por profissionais habilitados.

Diferenças entre PMMA e ácido hialurônico em biocompatibilidade e segurança

O PMMA (polimetilmetacrilato) e o ácido hialurônico são substâncias utilizadas em procedimentos estéticos para preenchimento, mas apresentam diferenças significativas em termos de biocompatibilidade e segurança.

Biocompatibilidade:

  • PMMA: é um material permanente e não biodegradável. Isso significa que, uma vez injetado, ele permanece no organismo, não sendo absorvido naturalmente. Essa característica aumenta o risco de complicações a longo prazo, como inflamação crônica e formação de nódulos.
  • Ácido Hialurônico: é uma substância biocompatível, pois é naturalmente encontrada no corpo humano. Ele é absorvido gradualmente pelo organismo, o que significa que os resultados do procedimento são temporários. Essa absorção natural contribui para um perfil de segurança mais elevado.

Segurança:

  • PMMA: o PMMA está associado a um risco significativamente maior de complicações, tanto a curto quanto a longo prazo.
  • As complicações imediatas podem incluir problemas vasculares, como embolia pulmonar.
  • A longo prazo, podem surgir nódulos, inflamação e até mesmo necrose (morte do tecido) na área de aplicação.
  • A remoção do PMMA, caso seja necessária, é complexa e pode causar danos aos tecidos.
  • Ácido hialurônico: é considerado mais seguro, apresentando um risco menor de complicações.
  • Ele é bem tolerado pelo organismo e, por ser absorvível, as complicações tendem a ser temporárias e reversíveis.

Recomendacão da Sociedade Brasileira de Dermatologia:

A Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) não recomenda o uso de PMMA em preenchimentos e indica o ácido hialurônico como a substância mais segura e eficaz para esse fim.

Em resumo, o ácido hialurônico é uma opção mais biocompatível e segura para procedimentos estéticos de preenchimento em comparação ao PMMA. A sua natureza absorvível e a menor incidência de complicações o tornam a escolha preferencial para profissionais da área.

A decisão de realizar um procedimento estético deve ser tomada com responsabilidade e informação. A busca por um corpo perfeito não justifica colocar a saúde em risco. O PMMA, apesar de ser uma opção mais barata, apresenta sérios riscos à saúde e deve ser evitado. Converse com seu médico sobre alternativas mais seguras, como o ácido hialurônico, e priorize a sua saúde e bem-estar.

Fontes: Agência Brasil; Conselho Federal de Farmácia; CNN Brasil

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