A intoxicação alimentar, também conhecida como gastroenterocolite aguda, é um problema de saúde pública mundial. Causada pela ingestão de alimentos ou água contaminados por microrganismos nocivos, como bactérias, vírus e parasitas, a doença pode afetar pessoas de todas as idades, mas exige atenção redobrada em grupos mais vulneráveis, como crianças, idosos e pessoas com doenças crônicas. Com a chegada do verão e o aumento das temperaturas, os casos de intoxicação alimentar tendem a aumentar. Mas, com medidas simples de higiene e cuidado no preparo e armazenamento dos alimentos, é possível prevenir a contaminação e garantir uma alimentação segura durante todo o ano.
Sintomas e causas da intoxicação alimentar
Os sintomas da intoxicação alimentar podem variar de leves a graves, dependendo do tipo de microrganismo causador da doença e da quantidade de alimento contaminado ingerido. Os sintomas mais comuns são:
- Diarreia
- Náuseas
- Dores abdominais e cólicas
- Vômitos
- Febre
Em casos mais graves, a intoxicação alimentar pode levar à desidratação, perda de peso e queda da pressão arterial. É fundamental buscar atendimento médico se os sintomas forem intensos ou persistentes.
As bactérias Salmonella sp e Escherichia coli (E. coli) estão entre as principais causadoras de intoxicação alimentar. A Salmonella sp, presente em alimentos de origem animal e vegetal, como ovos, carnes, leite, frutas e legumes, é resistente à refrigeração, mas sensível ao calor, sendo eliminada em temperaturas superiores a 70ºC. Já a E. coli, embora naturalmente presente no intestino humano e de animais, pode causar problemas de saúde dependendo da cepa da bactéria e do sistema imunológico do indivíduo. O contágio ocorre principalmente pelo consumo de carne bovina e suína, água, leite não pasteurizado e contaminação cruzada.
Outra bactéria que merece destaque é a Clostridium botulinum, responsável pelo botulismo, uma forma grave de intoxicação alimentar. Encontrada em alimentos em conserva, enlatados e defumados, a toxina produzida pela bactéria, mesmo em pequenas quantidades, pode ser fatal.
Dicas essenciais para prevenir a intoxicação alimentar
A prevenção da intoxicação alimentar começa com a adoção de hábitos de higiene rigorosos em todas as etapas do processo, desde a compra dos alimentos até o consumo.
1. Higienização: o primeiro passo para uma alimentação segura
A higienização das mãos, dos alimentos e dos utensílios de cozinha é fundamental para evitar a contaminação por microrganismos.
- Lave as mãos com água e sabão antes de manipular alimentos, antes de comer e após usar o banheiro.
- Higienize frutas, legumes e verduras com água corrente e solução clorada antes do consumo.
- Lave bem os utensílios de cozinha (facas, tábuas de corte, panelas, etc.) com água e detergente após o uso.
2. Armazenamento adequado: mantendo os alimentos frescos e seguros
O armazenamento correto dos alimentos é crucial para evitar a proliferação de bactérias e outros microrganismos.
- Mantenha os alimentos perecíveis refrigerados em temperatura adequada (inferior a 5°C).
- Armazene os alimentos em recipientes limpos e fechados para evitar a contaminação cruzada.
- Não deixe alimentos cozidos em temperatura ambiente por mais de duas horas.
- Verifique o prazo de validade dos alimentos antes de consumi-los.
3. Cuidado no preparo dos alimentos: garantindo uma refeição segura
O preparo adequado dos alimentos é essencial para eliminar os microrganismos e garantir uma refeição segura.
- Cozinhe bem os alimentos de origem animal, como carnes, aves, peixes e ovos.
- Evite o consumo de alimentos crus ou mal cozidos, especialmente carnes, aves e ovos.
- Lave bem as mãos antes e depois de manipular alimentos crus.
- Utilize utensílios diferentes para manipular alimentos crus e cozidos, evitando a contaminação cruzada.
4. Atenção redobrada fora de casa: escolhendo alimentos seguros
Ao se alimentar fora de casa, é importante redobrar a atenção na escolha dos alimentos e dos estabelecimentos.
- Evite alimentos com aparência, cor e odores suspeitos.
- Prefira estabelecimentos com boas práticas de higiene.
- Opte por água engarrafada ou fervida.
5. Hidratação: um aliado importante na recuperação
Em caso de intoxicação alimentar, a hidratação é fundamental para repor os líquidos e sais minerais perdidos com a diarreia e o vômito. Beba bastante água, sucos naturais, água de coco ou soro caseiro.
Busque ajuda médica se necessário
Em caso de sintomas graves ou persistentes de intoxicação alimentar, procure atendimento médico imediatamente. O diagnóstico preciso do agente causador da doença é importante para determinar o tratamento adequado. Seguindo essas dicas simples, você pode se proteger da intoxicação alimentar e desfrutar de uma alimentação segura e saudável durante todo o ano.
Fontes: Pronep Life Care; Unimed