Vacina em gotinhas para poliomielite é substítuida pela injetável

Brasil abandona a gotinha! A vacina oral contra a poliomielite é substituída pela injetável, visando a segurança e acompanha recomendações internacionais, consolidando a erradicação da pólio no país

O Ministério da Saúde anunciou a substituição definitiva da vacina oral contra a poliomielite (VOP), popularmente conhecida como “gotinha”, pela vacina inativada poliomielite (VIP), administrada por injeção. A mudança no esquema vacinal, que passou a valer a partir de 4 de novembro de 2024, visa tornar a imunização contra a doença ainda mais segura e segue critérios epidemiológicos, evidências científicas e recomendações internacionais.

A “gotinha” fez parte da rotina de vacinação infantil brasileira por 47 anos, desde 1977, e contribuiu para a erradicação da poliomielite no país, que não registra casos há 34 anos. No entanto, a utilização da vacina oral, composta pelo vírus atenuado, apresentava alguns riscos, especialmente para crianças com sistema imunológico comprometido.

Com a mudança no esquema vacinal, o Brasil se junta a outros países que já adotaram a vacina injetável como principal forma de imunização contra a poliomielite. A VIP, composta pelo vírus inativado, é considerada mais segura, pois não apresenta risco de transmissão do vírus vacinal, um fenômeno raro que pode ocorrer com a VOP em ambientes com saneamento básico precário.

O novo esquema vacinal contra a poliomielite no Brasil passa a ser:

  • 2 meses: 1ª dose da VIP
  • 4 meses: 2ª dose da VIP
  • 6 meses: 3ª dose da VIP
  • 15 meses: dose de reforço com a VIP

Apesar da substituição da “gotinha”, o personagem Zé Gotinha, símbolo da campanha de vacinação contra a poliomielite no Brasil desde a década de 1980, continuará presente nas ações de imunização do Ministério da Saúde. O Zé Gotinha se tornou um ícone da saúde pública brasileira e sua imagem será utilizada para conscientizar a população sobre a importância da vacinação contra outras doenças.

Entenda as diferenças entre a vacina oral e a injetável

  • Vacina Oral Poliomielite (VOP) – “Gotinha”: administrada por via oral, contém o vírus atenuado. Apresentava restrições para crianças com alterações no sistema imunológico e risco, ainda que teórico no Brasil, de transmissão do vírus vacinal em locais com saneamento básico precário.
  • Vacina Inativada Poliomielite (VIP): administrada por via intramuscular, contém o vírus inativado (morto). É mais segura, pois não apresenta risco de transmissão do vírus vacinal e oferece proteção semelhante à VOP.

O que é a poliomielite

A poliomielite, também conhecida como pólio ou paralisia infantil, é uma doença contagiosa aguda causada pelo poliovírus. Esse vírus, que vive no intestino, pode infectar crianças e adultos através do contato direto com fezes ou secreções da boca de pessoas infectadas.

Sintomas:

A maioria das pessoas infectadas com o poliovírus não apresenta sintomas. Cerca de 25% das pessoas infectadas desenvolvem sintomas leves, semelhantes aos da gripe, como:

  • Febre
  • Mal-estar
  • Dor de cabeça
  • Dor de garganta
  • Dor no corpo
  • Vômitos
  • Diarreia
  • Constipação (prisão de ventre)
  • Espasmos
  • Rigidez na nuca
  • Meningite
A vacinação é uma das melhores formas de proteção contra a meningite, doença que pode ser letal em poucas horas (Foto: Freepik)

Em casos raros, o vírus pode atacar o sistema nervoso central, causando paralisia. A paralisia pode afetar os membros, os músculos respiratórios e os músculos da deglutição.

Trnasmissão da doença:

A transmissão também pode ocorrer por meio de objetos, alimentos e água contaminados, ou até mesmo gotículas de saliva. A poliomielite, em casos graves, causa paralisia muscular, afetando principalmente os membros inferiores.

Embora não haja tratamento específico para a doença, o tratamento dos sintomas é crucial e a hospitalização pode ser necessária. A vacinação é a única forma de prevenção.

A importância da vacinação

A vacinação é a forma mais eficaz de prevenir a poliomielite, uma doença grave que pode causar paralisia e até a morte. Mesmo com a erradicação da doença no Brasil, é fundamental manter altas taxas de cobertura vacinal para evitar a reintrodução do vírus no país. A substituição da “gotinha” pela vacina injetável representa um avanço na imunização contra a poliomielite, tornando o esquema vacinal ainda mais seguro e eficaz.

É importante que pais e responsáveis levem as crianças para receber as doses da vacina contra a poliomielite e mantenham o cartão de vacinação atualizado. Em caso de dúvidas, procure orientação de um profissional de saúde.

Fontes: Agência Brasil; Biblioteca Virtual em Saúde; CNN Brasil

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