A obesidade é um dos maiores problemas de saúde pública atualmente. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), em 2025, mais de 700 milhões de pessoas sofrerão com obesidade e 2,3 bilhões de adultos terão sobrepeso. O assunto é urgente e merece a atenção: se não houver mudanças, principalmente em nações mais influentes, o número de crianças com sobrepeso ou obesidade pode chegar a 75 milhões em dez anos.
Seis em cada dez brasileiros, ou seja, 96 milhões de pessoas, apresentam excesso de peso, seja em quadro de obesidade ou pré-obesidade, segundo o IBGE (Instituto Braisleiro de Geografia e Estatística). Além de ser uma doença crônica, a obesidade é um fator de risco para o desenvolvimento de outras comorbidades, como doenças cardiovasculares, diabetes e câncer. Por isso, é fundamental tomar medidas de prevenção contra a obesidade.
Como é feito o diagnóstico
O diagnóstico da obesidade é feito a partir do cálculo do IMC (Índice de Massa Corpórea), que considera a relação entre o peso e a altura do paciente. Basicamente, o IMC é calculado a partir do peso em quilogramas, dividido pelo quadrado da altura em metros. Considera-se um IMC dentro dos parâmetros adequados aquele com valores entre 18,5 e 24,9. Índices menores de 30 no IMC não indicam obesidade, mas podem estar relacionados a outras doenças, como pressão alta e até a queda da expectativa de vida:
Abaixo do peso: abaixo de 18,5;
Peso normal: 8,5 a 24,9;
Sobrepeso: 25 a 29,9;
Obesidade de grau I: 30 a 34,9;
Obesidade de grau II: 35 a 39,9;
Obesidade de grau III: acima de 40.
Ainda assim, é importante ressaltar que apenas o IMC não define o estado de saúde da pessoa, já que o índice não considera a composição corporal, como a proporção de massa muscular e gordura. Outros exames e análises devem ser feitos em conjunto com o cálculo do IMC para chegar a um diagnóstico definitivo, como medidas da circunferência do quadril, pescoço e abdômen, além de exames de densitometria para avaliação do percentual de gordura corporal.
Prevenção da obesidade
A obesidade deve ser prevenida desde a infância, já que quanto mais cedo a criança tiver hábitos alimentares saudáveis e praticar exercícios físicos, mais fácil será para ela manter um peso adequado na vida adulta. Os estudos apontam um dado preocupante: segundo o Ministério da Saúde, a estimativa é que 6,4 milhões de crianças tenham excesso de peso no Brasil e 3,1 milhões já evoluíram para obesidade. A doença afeta 13,2% das crianças entre 5 e 9 anos acompanhadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Nessa faixa-etária, 28% das crianças apresentam excesso de peso, um sinal de alerta para o risco de obesidade ainda na infância ou no futuro.
Entre os menores de 5 anos, o índice de sobrepeso é de 14,8%, sendo que 7% já apresentam obesidade. Outro fator importante é a genética. Crianças com pais não obesos têm 8% de chance de se tornar um. Já quando apenas um deles tem excesso de peso, este percentual sobe para 30%. E quando os dois têm obesidade, o número aumenta para 80%. Os números crescem na mesma proporção em que as crianças são expostas a uma alimentação errada e ao sedentarismo, principais causas da obesidade infantil.
Para prevenir a obesidade tanto na infância, quanto na vida adulta, é preciso que exista um equilíbrio entre a quantidade de calorias ingeridas e a energia gasta ao longo do dia. A conta é simples: se houver consumo calórico maior que o gasto, haverá acúmulo de gordura. Mas ainda existem fatores psicológicos e genéticos que contribuem – algumas pessoas podem ter predisposições genéticas a ter obesidade, com metabolismo mais lento, o que facilita o acúmulo de gorduras e dificulta a perda de peso.
Fontes: Ministério da Saúde, Agência Nacional de Saúde Suplementar, UNICEF, Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e Síndrome Metabólica (Abeso).