A hipertensão arterial, popularmente conhecida como pressão alta, é uma condição médica que afeta milhões de pessoas em todo o mundo. Caracterizada pela pressão arterial elevada, esse é um fator de risco significativo para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares graves, como derrames, ataques cardíacos e doença renal crônica.
Novas pesquisas e descobertas
Estudos recentes têm investigado novos marcadores de risco para doenças cardiovasculares, especialmente em mulheres. Uma pesquisa apresentada no congresso da Sociedade Europeia de Cardiologia em 2024 sugere que exames de sangue simples podem estimar o risco de uma mulher desenvolver doenças cardiovasculares nas próximas três décadas.
Esses exames incluem testes para colesterol LDL, proteína C-reativa de alta sensibilidade (hsCRP) e lipoproteína(a). Dessa forma, mulheres com níveis elevados desses marcadores têm um risco significativamente maior de eventos cardiovasculares graves, como ataques cardíacos e derrames.
Outra pesquisa, publicada no Journal of American College of Cardiology, identificou um novo marcador de risco potencial para doenças cardiovasculares em mulheres mais velhas: baixos níveis de um anticorpo anti-inflamatório chamado anti-PC. O estudo, realizado com 932 mulheres, mostrou que aquelas com altos níveis do anticorpo anti-PC tinham um risco 25% menor de doença cardíaca coronária e ataque cardíaco.
Compreendendo a hipertensão: definição e sintomas
A hipertensão ocorre quando a força exercida pelo sangue contra as paredes das artérias é consistentemente alta. Essa pressão excessiva pode danificar a estrutura das artérias, aumentando o risco de diversas complicações de saúde. A pressão arterial é medida em milímetros de mercúrio (mmHg) e é representada por dois números: a pressão sistólica (valor mais alto) e a pressão diastólica (valor mais baixo).
Valores iguais ou superiores a 140 mmHg para a pressão sistólica (máxima) e/ou 90 mmHg para a pressão diastólica (mínima) são considerados hipertensão. Anteriormente, a pressão arterial ideal era considerada 120/80 mmHg. No entanto, estudos recentes sugerem que mesmo níveis moderadamente elevados, abaixo do limite tradicional de 140/90 mmHg, podem aumentar o risco de problemas cardíacos.
Muitas vezes essa condição é chamada de “assassino silencioso” porque muitas pessoas não apresentam sintomas perceptíveis. No entanto, alguns sinais podem indicar a presença dela, como tontura, falta de ar, palpitações, dor de cabeça frequente e alteração na visão. É importante ressaltar que esses sintomas podem estar relacionados a outras condições médicas, por isso a medição regular da pressão arterial é fundamental para o diagnóstico preciso da hipertensão.
Fatores de risco e causas da hipertensão
- Obesidade: o excesso de peso corporal aumenta a carga de trabalho do coração e dos vasos sanguíneos, elevando a pressão arterial.
- Histórico Familiar: a predisposição genética desempenha um papel significativo no risco
- Estresse: ele pode contribuir para a elevação da pressão arterial a longo prazo.
- Envelhecimento: com o avançar da idade, as artérias perdem elasticidade, tornando-se mais rígidas e propensas à condição.
- Consumo excessivo de sal: o sódio presente no sal aumenta a retenção de líquidos no corpo, elevando a pressão arterial.
- Hábitos alimentares inadequados: dietas ricas em gorduras saturadas, colesterol e alimentos processados podem contribuir para o desenvolvimento da doença.
- Sedentarismo: a falta de atividade física regular enfraquece o sistema cardiovascular, tornando o corpo mais suscetível.
- Tabagismo: o cigarro danifica as artérias e aumenta a pressão arterial, além de aumentar o risco de outras doenças cardiovasculares.
- Consumo excessivo de álcool: O consumo frequente e em grandes quantidades de álcool pode elevar a pressão arterial a longo prazo.
Prevenção e controle
A hipertensão geralmente não tem cura, mas pode ser controlada de forma eficaz. A prevenção e o controle da condição envolvem a adoção de um estilo de vida saudável e, em alguns casos, o uso de medicamentos.
Medidas de prevenção e controle:
- Manter o peso adequado.
- Reduzir o consumo de sal.
- Praticar atividade física regular.
- Abandonar o fumo.
- Moderar o consumo de álcool.
- Adotar uma dieta equilibrada, rica em frutas, legumes, verduras e grãos integrais.
- Controlar o diabetes, pois essa condição aumenta o risco de hipertensão.
Tratamento medicamentoso:
Em alguns casos, mudanças no estilo de vida podem não ser suficientes para controlar a hipertensão, e o médico pode prescrever medicamentos para reduzir a pressão arterial. O tratamento deve ser individualizado, considerando as necessidades e condições de cada paciente.
Possíveis complicações:
Caso ela não controlada pode levar a uma série de complicações graves, incluindo:
- Derrame cerebral (AVC).
- Infarto agudo do miocárdio.
- Doença renal crônica.
- Hipertrofia do músculo cardíaco, que pode causar arritmia cardíaca.
A importância do diagnóstico precoce e do controle da pressão arterial
A hipertensão é uma condição séria que requer atenção médica. O diagnóstico precoce e o controle eficaz da pressão arterial são essenciais para prevenir complicações graves e garantir uma vida longa e saudável. A adoção de um estilo de vida saudável, o acompanhamento médico regular e o uso de medicamentos, quando necessário, são pilares fundamentais no tratamento da hipertensão.
Essas descobertas reforçam a importância de adotar medidas preventivas e de realizar exames regulares para identificar e controlar os fatores de risco para doenças cardiovasculares. A conscientização sobre a hipertensão e seus riscos, aliada à adoção de hábitos de vida saudáveis, são essenciais para a promoção da saúde cardiovascular e a prevenção de complicações graves.
Fontes: CNN Brasil; Science Daily