IBGE revela que mulheres continuarão vivendo mais do que homens, entenda motivo

As mulheres vivem mais que os homens no Brasil e no mundo, com projeções do IBGE indicando essa tendência até 2070. Fatores biológicos, como hormônios e genética, podem influenciar a longevidade

Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), as mulheres brasileiras continuarão a viver mais do que os homens pelo menos até o ano de 2070. Essa projeção, baseada no Censo de 2022, integra o documento “Projeções de População” e revela uma tendência consistente na longevidade feminina.
Diferença na expectativa de vida:
Em 2023, a expectativa de vida média para os homens era de 73,1 anos, enquanto para as mulheres era de 79,7 anos. A projeção para 2070 indica um aumento para 81,7 anos para os homens e 86,1 anos para as mulheres. Essa diferença de quase 5 anos evidencia uma disparidade significativa na longevidade entre os gêneros no Brasil.
Por que mulheres vivem mais do que os homens?
A questão do motivo das mulheres vivem mais do que os homens é complexa e multifatorial, com diversas causas interligadas. As fontes fornecidas apontam para uma série de fatores que contribuem para essa diferença na expectativa de vida entre os gêneros.
  • Fatores biológicos: as diferenças biológicas entre homens e mulheres desempenham um papel fundamental na longevidade. Hormônios e genética influenciam a suscetibilidade a doenças e a capacidade do corpo de lidar com o envelhecimento. Um estudo australiano mencionado na fonte sugere que a diferença na longevidade pode ser, em parte, atribuída a fatores biológicos, especificamente relacionados aos cromossomos. O estudo observou que mamíferos machos, em geral, vivem 17% menos do que as fêmeas. Essa descoberta aponta para uma base biológica para a disparidade na expectativa de vida entre os sexos.
  • Comportamento em relação à saúde: as mulheres tendem a adotar comportamentos mais preventivos em relação ao bem-estar, buscando atendimento médico e realizando exames de rotina com maior frequência do que os homens. Essa proatividade permite a detecção precoce de doenças, aumentando as chances de tratamento eficaz e impactando positivamente a longevidade.
  • Fatores sociais e comportamentais: o estilo de vida e os comportamentos sociais também influenciam a expectativa de vida. Homens, estatisticamente, se envolvem em comportamentos de risco com maior frequência, como o consumo excessivo de álcool e tabaco. Esses hábitos podem contribuir para o desenvolvimento de doenças crônicas e diminuir a expectativa de vida.
  • Violência e acidentes: no Brasil, as altas taxas de homicídios e acidentes de trânsito, que vitimam majoritariamente homens, impactam significativamente a expectativa de vida masculina. Em 2023, 91,4% das mortes violentas no país foram de homens, evidenciando a vulnerabilidade masculina a esses eventos.
  • Impacto do cromossomo X: a fonte sugere que o cromossomo X pode ter um papel na resposta imunológica, e dados preliminares indicam que a pandemia de coronavírus afetou mais homens do que mulheres. Essa observação levanta a hipótese de que a presença de dois cromossomos X nas mulheres possa conferir alguma vantagem em relação à resposta imune a certas doenças.
Em resumo, a maior longevidade das mulheres é um fenômeno complexo, influenciado por uma combinação de fatores biológicos, comportamentais, sociais e, possivelmente, genéticos. As diferenças hormonais, a predisposição a buscar cuidados de saúde preventivos, a menor propensão a comportamentos de risco e a possível influência do cromossomo X contribuem para essa disparidade na expectativa de vida entre os gêneros.
Quais são os fatores que influenciam a longevidade:
A Organização Mundial de Saúde (OMS) aponta que, em 2023, a média global de expectativa de vida ao nascer era de 75,8 anos para mulheres e 70,5 anos para homens. Diversos fatores contribuem para essa discrepância, incluindo:
Expectativa de vida de 100 anos
As mulheres brasileiras continuarão a viver mais do que os homens pelo menos até o ano de 2070 (Foto: Freepik)
Fatores biológicos: diferenças hormonais e genéticas entre homens e mulheres podem influenciar a suscetibilidade a doenças e a longevidade.
  • Procura por cuidados de saúde: mulheres tendem a procurar atendimento médico e realizar exames preventivos com mais frequência do que os homens, o que contribui para a detecção precoce e tratamento de doenças.
  • Comportamento social: fatores comportamentais, como hábitos alimentares, consumo de álcool e tabaco, e níveis de estresse, também desempenham um papel na longevidade, e podem variar entre os gêneros.
Impacto da violência e acidentes no Brasil:
No contexto brasileiro, as altas taxas de homicídios e acidentes de trânsito, que afetam majoritariamente os homens, impactam significativamente a expectativa de vida masculina. O Anuário Brasileiro de Segurança Pública revela que, em 2023, 91,4% das vítimas de mortes violentas eram homens, enquanto as mulheres representaram apenas 8,6% do total.
Envelhecimento da população brasileira:
As projeções do IBGE também indicam um aumento expressivo na população idosa no Brasil nas próximas décadas. Em 2046, indivíduos com mais de 60 anos representarão a maior parcela da população, atingindo 28%. Essa proporção continuará a crescer, chegando a 37,8% em 2070, o que significa que mais de 1 em cada 3 brasileiros será idoso.
Importância das políticas públicas:
O envelhecimento da população brasileira demanda atenção especial por parte das autoridades e formuladores de políticas públicas. É crucial garantir acesso a serviços de saúde de qualidade, programas de previdência social eficazes e políticas que promovam a inclusão social e o bem-estar dos idosos.
A longevidade feminina no Brasil é uma realidade que se projeta para as próximas décadas. As diferenças na expectativa de vida entre homens e mulheres são influenciadas por uma série de fatores, incluindo aspectos biológicos, comportamentais e sociais. O aumento da população idosa no país exige a implementação de políticas públicas que atendam às necessidades específicas desse grupo, promovendo qualidade de vida e bem-estar.
Fontes: Jornal Opção; Jornal da USP

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