A hipertensão, popularmente conhecida como pressão alta, é um problema de saúde pública que afeta milhões de pessoas em todo o mundo. Caracterizada pela pressão arterial elevada, a condição é um fator de risco significativo para doenças cardiovasculares graves, como derrames e ataques cardíacos.
O que é hipertensão e como ela se manifesta?
A hipertensão ocorre quando a força do sangue contra as paredes das artérias é consistentemente alta. Essa força excessiva pode danificar as artérias e aumentar o risco de diversas complicações de saúde. A pressão arterial é medida em milímetros de mercúrio (mmHg) e é representada por dois números: a pressão sistólica (valor mais alto) e a pressão diastólica (valor mais baixo).
Tradicionalmente, a pressão arterial ideal era considerada 120/80 mmHg. No entanto, diretrizes europeias recentes apontam que níveis ainda mais baixos podem ser mais benéficos para a saúde cardiovascular. De acordo com o Congresso da Sociedade Europeia de Cardiologia de 2024, a pressão arterial elevada é agora vista como um espectro contínuo, e não como uma divisão binária entre normotensão e hipertensão. A nova categoria de “PA elevada” foi introduzida, definida como pressão arterial sistólica entre 120 e 139 mmHg e pressão diastólica entre 70 e 89 mmHg.
Sintomas da hipertensão:
Essa doença crônica é frequentemente chamada de “assassino silencioso” porque muitos indivíduos não apresentam sintomas perceptíveis. No entanto, alguns sinais podem indicar a presença da condição, como:
- Tontura
- Falta de ar
- Palpitações
- Dor de cabeça frequente
- Alteração na visão
É importante ressaltar que esses sintomas podem estar relacionados a outras condições médicas. Portanto, a medição regular da pressão arterial é fundamental para o diagnóstico preciso da hipertensão.
As causas da hipertensão: fatores de risco e estilo de vida
Diversos fatores podem contribuir para o desenvolvimento da hipertensão. Alguns deles são:
- Obesidade: o excesso de peso corporal aumenta a carga de trabalho do coração e dos vasos sanguíneos, elevando a pressão arterial.
- Histórico familiar: a predisposição genética desempenha um papel significativo no risco de desenvolver hipertensão.
- Estresse: situações estressantes podem levar a picos de pressão arterial, e o estresse crônico contribui para a hipertensão a longo prazo.
- Envelhecimento: com o avançar da idade, as artérias perdem elasticidade, tornando-se mais rígidas e propensas a elevar a pressão arterial.
- Consumo excessivo de sal: o sódio presente no sal aumenta a retenção de líquidos no corpo, elevando o volume sanguíneo e, consequentemente, a pressão arterial.
- Hábitos alimentares inadequados: dietas ricas em gorduras saturadas, colesterol e alimentos processados podem contribuir para o desenvolvimento da hipertensão.
- Sedentarismo: a falta de atividade física regular enfraquece o sistema cardiovascular, tornando o corpo mais suscetível à hipertensão.
- Tabagismo: o cigarro danifica as artérias e aumenta a pressão arterial, além de aumentar o risco de outras doenças cardiovasculares.
- Consumo excessivo de álcool: o consumo frequente e em grandes quantidades de álcool pode elevar a pressão arterial a longo prazo.
Prevenção e controle da doença: mudanças no estilo de vida e medicação
A hipertensão geralmente não tem cura, mas pode ser controlada de forma eficaz. A prevenção e o controle da condição envolvem a adoção de um estilo de vida saudável e, em alguns casos, o uso de medicamentos. Algumas delas são:
- Manter o peso adequado: a perda de peso, mesmo que pequena, pode reduzir significativamente a pressão arterial.
- Reduzir o consumo de sal: limitar a ingestão de sódio a menos de 2.300 miligramas por dia, ou menos de 1.500 miligramas para indivíduos com alto risco de hipertensão.
- Praticar atividade física regular: realizar pelo menos 30 minutos de exercícios de intensidade moderada na maioria dos dias da semana.
- Abandonar o fumo: parar de fumar reduz o risco de doenças cardiovasculares e melhora a saúde geral.
- Moderar o consumo de álcool: limitar o consumo de álcool a uma bebida por dia para mulheres e duas bebidas por dia para homens.
- Adotar uma dieta equilibrada: priorizar o consumo de frutas, legumes, verduras, grãos integrais e proteínas magras.
- Controlar o diabetes: ela pode aumentar o risco de hipertensão, portanto, o controle adequado da glicemia é fundamental.
Tratamento medicamentoso:
Em alguns casos, mudanças no estilo de vida podem não ser suficientes para controlar a hipertensão. Nesses casos, o médico pode prescrever medicamentos para reduzir a pressão arterial. A meta de tratamento para a maioria dos pacientes é atingir uma pressão arterial sistólica entre 120 e 129 mmHg. No entanto, o tratamento deve ser individualizado, considerando as necessidades e condições de cada paciente.
Complicações e doenças graves e riscos à saúde
A hipertensão não controlada pode levar a uma série de complicações graves, incluindo:
- Derrame cerebral (AVC): a pressão arterial elevada danifica os vasos sanguíneos do cérebro, aumentando o risco de ruptura e sangramento, causando um AVC.
- Infarto agudo do miocárdio: a hipertensão força o coração a trabalhar mais, o que pode levar ao espessamento do músculo cardíaco e aumentar o risco de um ataque cardíaco.
- Doença renal crônica: a pressão arterial elevada danifica os vasos sanguíneos dos rins, prejudicando sua função e levando à insuficiência renal.
- Hipertrofia do músculo cardíaco: a hipertensão causa o espessamento do músculo cardíaco, o que pode levar a arritmias cardíacas e insuficiência cardíaca.
O tratamento contínuo da hipertensão é fundamental para reduzir o risco de complicações e melhorar a qualidade de vida.
A hipertensão é uma condição séria que requer atenção médica. O diagnóstico precoce e o controle eficaz da pressão arterial são essenciais para prevenir complicações graves e garantir uma vida longa e saudável. A adoção de um estilo de vida saudável, o acompanhamento médico regular e o uso de medicamentos, quando necessário, são pilares fundamentais no tratamento da hipertensão.
Fontes: Biblioteca Virtual em Saúde; InfoMoney