Crianças que usam telas antes de dormir tendem a diminuir a produção de melatonina, diz estudo

Estudos mostram que o uso de telas antes de dormir inibe a produção de melatonina, afetando o sono. Saiba as consequências disso no sono da criança e como trocar o tempo de telas por outras atividades

A tecnologia se tornou parte integral de nossas vidas, mas o uso excessivo de telas, especialmente à noite, pode ter impactos significativos na saúde, principalmente no sono de crianças e adolescentes. Diversos estudos, incluindo um recente estudo randomizado controlado publicado no JAMA Pediatrics, demonstram que a luz azul emitida por telas interfere na produção de melatonina, hormônio responsável pela regulação do sono.

O impacto das telas no sono infantil

As telas emitem luz azul, que engana o cérebro, fazendo-o pensar que ainda é dia, suprimindo a produção de melatonina e atrasando o início do sono. Crianças e adolescentes, em particular, são mais sensíveis a essa luz, já que seus olhos ainda estão em desenvolvimento.

Um estudo canadense de 2022 publicado no Jama Pediatrics revelou que o tempo de tela entre jovens de até 18 anos aumentou em média 52% durante a pandemia, com alguns passando de 14 a 16 horas diárias em frente a telas.

Consequências de não dormir pelo tempo necessário:

A privação do sono pode ter consequências significativas para o desenvolvimento e bem-estar das crianças. Os principais impactos incluem:

  • Problemas de aprendizagem: a falta de sono adequado prejudica a concentração, a memória e o desempenho escolar.
  • Alterações de humor: crianças com sono insuficiente tendem a ser mais irritadas, ansiosas e apresentar maior dificuldade em controlar suas emoções.
  • Problemas de saúde: a longo prazo, a privação do sono pode aumentar o risco de obesidade, diabetes tipo 2 e problemas cardiovasculares.

Estudo comprova benefícios de noites sem tela

Um estudo inovador realizado pela Universidade de Bath, publicado em outubro de 2024, demonstrou que a remoção do tempo de tela na hora anterior à hora de dormir melhora significativamente a qualidade do sono em crianças pequenas.

criança indo dormir
Crianças e adolescentes são mais sensíveis a luz azul das telas por ainda estarem em desenvolvimento (Foto: Freepik)

O estudo “Bedtime Boost”, que envolveu 105 famílias com crianças de 16 a 30 meses, revelou que as crianças que evitaram telas antes de dormir apresentaram:

  • Sono mais eficiente: adormeciam mais rápido e dormiam por mais tempo sem interrupções.
  • Menos despertares noturnos: acordavam menos vezes durante a noite.

Dicas para noites tranquilas e livres de telas

Para garantir que as crianças tenham uma boa noite de sono e evitar os efeitos negativos das telas, especialistas recomendam:

  • Rotina do sono: estabeleça horários regulares para dormir e acordar, inclusive nos finais de semana.
  • Ambiente relaxante: crie um ambiente propício ao sono, com temperatura agradável, pouca luz e silêncio.
  • Atividades relaxantes: incentive atividades relaxantes antes de dormir, como ler um livro, tomar um banho morno ou ouvir música calma.
  • Limite o tempo de tela: evite o uso de telas pelo menos uma hora antes de dormir.
  • Telas fora do quarto: não permita que crianças e adolescentes durmam com telas no quarto.

Alternativas às telas antes de dormir

Ao invés de telas, incentive atividades que promovam o relaxamento e a conexão familiar:

  • Leitura em família: compartilhar histórias antes de dormir estimula a imaginação e cria momentos especiais em família.
  • Conversas: aproveite o momento antes de dormir para conversar sobre o dia, os sentimentos e as experiências das crianças.
  • Brincadeiras calmas: jogos de tabuleiro, quebra-cabeças ou brincadeiras de faz de conta podem ser opções divertidas e relaxantes.

O uso excessivo de telas antes de dormir pode ter impactos negativos significativos no sono e no desenvolvimento das crianças. É fundamental estabelecer limites e criar hábitos saudáveis para garantir noites tranquilas e um sono reparador, promovendo a saúde e o bem-estar dos pequenos.

Fontes: Jornal Estado de Minas; Science Daily; Unimed

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