Pesquisa revela que praticar atividade física pode fazer o cérebro rejuvenescer

A prática de atividade física pode ajudar a preservar o volume cerebral, combatendo a atrofia natural do envelhecimento, o que faz o cérebro rejuvenescer

Manter-se ativo fisicamente é fundamental para a saúde em todas as fases da vida, mas para os idosos os benefícios se estendem para além do corpo, impactando diretamente a saúde do cérebro. Um estudo da USP, publicado na revista The Journals Gerontology, comprovou que a prática regular de atividade física ajuda a preservar o volume cerebral, combatendo a atrofia, um processo natural do envelhecimento que pode levar a problemas cognitivos e demências.

Cérebro em movimento: como a atividade física protege a mente

A pesquisa, conduzida com 45 idosos entre 60 e 65 anos, revelou que aqueles que acumulavam 150 minutos ou mais de atividade física por semana apresentavam maior volume cerebral em 48 áreas analisadas, incluindo o lobo frontal, responsável por funções como planejamento, pensamento e emoções.

A atividade física regular em idosos está associada a um aumento do volume cerebral, especialmente em áreas importantes para a cognição, como o lobo frontal. Esse efeito positivo ocorre porque o exercício:

  • Aumenta o fluxo sanguíneo para o cérebro, fornecendo mais oxigênio e nutrientes essenciais para o funcionamento das células cerebrais.
  • Estimula a neurogênese, ou seja, a formação de novos neurônios, e promove a criação de novas conexões entre eles (sinapses), tornando o cérebro mais eficiente e adaptável.
  • Combate a atrofia cerebral, processo natural do envelhecimento que leva à perda de tecido cerebral e está associado ao declínio cognitivo e demências.

Um estudo da USP com idosos de 60 a 65 anos mostrou que aqueles que praticavam 150 minutos ou mais de atividade física por semana tinham maior volume em 48 áreas cerebrais, incluindo o lobo frontal, temporal, parietal e occipital. O lobo frontal, responsável por funções como planejamento, pensamento e emoções, teve um aumento de volume de cerca de 8%.

A pesquisa também observou que a aptidão cardiorrespiratória, que se refere à capacidade do corpo de absorver e distribuir oxigênio durante o exercício, é um fator importante para o volume cerebral. Quanto maior a aptidão cardiorrespiratória, maior o volume em áreas como o lobo frontal, lobo temporal, cerebelo e substância cinzenta cortical.

Musculação - atividade física
A prática de exercícios físicos reduzem os níveis de glicose no sangue e ajudam no controle das diabetes (Foto: Freepik)

É importante destacar que os benefícios da atividade física para o cérebro se estendem além do volume. O aumento do volume cerebral está associado a um melhor desempenho cognitivo, incluindo funções como processamento de informações, raciocínio, atenção e memória. Ou seja, a atividade física não apenas previne a perda de tecido cerebral, mas também contribui para um cérebro mais saudável e funcional na terceira idade.

Benefícios que vão além do volume: impactos na cognição

O estudo da USP sugere que a atividade física pode ser uma ferramenta poderosa para mitigar o declínio cognitivo durante o envelhecimento. Um maior volume cerebral está associado a um melhor desempenho em funções como processamento de informações, raciocínio, atenção e memória.

Exercícios que fazem a diferença: dicas para uma rotina ativa

A pesquisa da USP considerou tanto exercícios físicos estruturados, como musculação e natação, quanto atividades do dia a dia que geram gasto energético, como caminhar, subir escadas e realizar tarefas domésticas. A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda 150 minutos semanais de atividade física moderada ou 75 minutos de exercícios intensos para idosos.

Algumas dicas para incluir a atividade física na rotina:

  • Caminhada: uma atividade acessível e prazerosa para começar.
  • Musculação: fortalece os músculos e previne a perda de massa óssea.
  • Natação: exercício de baixo impacto, ideal para quem tem problemas nas articulações.
  • Yoga e Pilates: promovem flexibilidade, equilíbrio e bem-estar mental.
  • Dança: uma forma divertida de se exercitar e socializar.

Mais estudos, mais evidências: a ciência a favor do movimento

Uma pesquisa da Universidade de Aalto, na Finlândia, publicada na revista Plos Biology, também demonstrou os benefícios da atividade física para o cérebro, mesmo em pessoas mais jovens. O estudo, realizado com uma mulher de 33 anos, revelou que os exercícios físicos melhoram a conectividade das sinapses cerebrais, impactando positivamente funções como raciocínio, memória e atenção.

Outro estudo, da Universidade Penn State, nos Estados Unidos, publicado na revista Annals of Behavioral Medicine, mostrou que os exercícios físicos podem “rejuvenescer” o cérebro em até cinco anos, melhorando a velocidade de processamento cognitivo.

É importante lembrar que antes de iniciar qualquer atividade física, especialmente se você tiver alguma condição médica pré-existente, é fundamental consultar um médico e um profissional de educação física para uma avaliação individualizada.

As evidências científicas são claras: a atividade física é um dos pilares para um envelhecimento saudável, com impactos positivos não apenas para o corpo, mas também para a mente. Incluir o movimento na rotina, em qualquer idade, é investir em um futuro com mais saúde, bem-estar e qualidade de vida.

Fontes: Jornal da USP; Metrópoles; Mundo Boa Forma

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