O Brasil celebrou nesta terça-feira (12) a recertificação como país livre do sarampo, um marco significativo para a saúde pública nacional. O certificado, concedido pela Organização Pan-Americana da Saúde (Opas/OMS), foi entregue ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva e à ministra da Saúde, Nísia Trindade. Essa conquista, que devolve ao Brasil um status perdido em 2018, é resultado de um esforço conjunto do governo e da população para fortalecer a cobertura vacinal e combater a disseminação do vírus.
A reintrodução do sarampo em 2018, impulsionada por uma queda preocupante na cobertura vacinal, lançou o país em um desafio urgente de saúde pública. O sarampo, uma doença viral altamente contagiosa, representa uma ameaça significativa, especialmente para crianças, podendo levar a complicações graves, como infecções pulmonares, encefalite e, em casos extremos, óbito. A circulação do vírus em outras partes do mundo mantém o risco de reintrodução da doença nas Américas, tornando a vacinação uma ferramenta crucial para a proteção individual e coletiva.
A jornada de volta ao status de país livre do sarampo exigiu um investimento robusto em ações coordenadas de saúde pública. Em 2024, o Ministério da Saúde intensificou o Plano de Ação para reverificação do sarampo e eliminação da rubéola, implementando medidas em todo o país. O financiamento para essas ações ultrapassou R$ 724 milhões, direcionados para vigilância epidemiológica, capacitação de profissionais de saúde e aquisição de imunobiológicos.
Um dos pilares do sucesso brasileiro foi o Movimento Nacional pela Vacinação, lançado em 2023, que revitalizou o Programa Nacional de Imunizações (PNI) e impulsionou as campanhas de vacinação contra o sarampo. Essa iniciativa, crucial para a recuperação da cobertura vacinal, resultou em um aumento significativo na imunização da população. Em 2023, a cobertura vacinal da primeira dose da tríplice viral alcançou 88,4%, e em 2024 atingiu a marca de 92,3%.
A vacina tríplice viral, que protege contra sarampo, caxumba e rubéola, é fundamental para a prevenção da doença. O Ministério da Saúde recomenda a aplicação em duas doses para pessoas de 12 meses a 29 anos e em dose única para adultos de 30 a 59 anos.
A recertificação do Brasil tem um impacto positivo que se estende além das fronteiras nacionais, contribuindo para o status das Américas como região livre de sarampo endêmico. No entanto, é essencial manter a vigilância e garantir a continuidade das altas taxas de vacinação para evitar o ressurgimento da doença.
Sarampo: uma ameaça persistente
Apesar da vitória brasileira, o sarampo continua sendo uma ameaça global, com surtos ocorrendo em diversas partes do mundo. A baixa cobertura vacinal, a desinformação sobre vacinas e as desigualdades no acesso aos serviços de saúde criam um ambiente propício para a propagação da doença.
Os sintomas do sarampo, que incluem febre, tosse, coriza, olhos lacrimejantes e erupção cutânea de manchas vermelhas, podem ser confundidos com outras doenças, o que torna o diagnóstico precoce e o isolamento de casos suspeitos essenciais para conter a transmissão.
A importância da vacinação: um ato de responsabilidade individual e coletiva
A vacinação é uma das intervenções de saúde pública mais eficazes e custo-benefício da história, salvando milhões de vidas anualmente. Manter altas taxas de cobertura vacinal é fundamental para garantir a imunidade coletiva, protegendo não apenas os vacinados, mas também aqueles que, por motivos de saúde, não podem receber a vacina.
A desinformação e as notícias falsas sobre vacinas representam um obstáculo para a erradicação de doenças como o sarampo. É fundamental combater a desinformação e promover a conscientização sobre a segurança e a importância da vacinação para a saúde individual e coletiva.
A recertificação do Brasil como país livre do sarampo é um motivo de orgulho e celebração. A conquista demonstra a força do Sistema Único de Saúde (SUS) e o compromisso do país com a saúde da população. No entanto, a luta contra o sarampo não termina aqui.
É preciso manter a vigilância epidemiológica, garantir o acesso universal à vacinação e combater a desinformação para proteger as conquistas alcançadas e garantir um futuro livre do sarampo para as próximas gerações.
Fonte: CNN Brasil