Cirurgia bariátrica: conheça as 4 técnicas do procedimento

A cirurgia bariátrica que é amplamente conhecida como redução de estômago é indicada em casos de obesidade de grau 2 e outras comorbidades para melhorar a qualidade de vida do paciente

A cirurgia bariátrica, popularmente conhecida como cirurgia de redução do estômago, tem se tornado uma opção cada vez mais frequente para pessoas que enfrentam a obesidade grave. Mas, assim como qualquer procedimento cirúrgico, ela exige cuidados específicos e avaliação criteriosa para determinar se é a melhor alternativa para cada caso.
O que é a cirurgia bariátrica?
A cirurgia bariátrica engloba procedimentos que promovem a perda de peso por meio de modificações no sistema digestivo, seja reduzindo o tamanho do estômago, seja alterando o trajeto dos alimentos, ou ambos. O objetivo é diminuir a ingestão de alimentos e, em alguns casos, a absorção de calorias, facilitando o emagrecimento.
É fundamental ter em mente que a cirurgia bariátrica não é uma solução rápida ou fácil para a obesidade. Trata-se de um procedimento complexo que requer preparo, acompanhamento médico rigoroso e mudanças significativas no estilo de vida.
Em quais casos a cirurgia é indicada?
As diretrizes da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM) estabelecem que a cirurgia é geralmente indicada para indivíduos com obesidade grau II (IMC igual ou superior a 40 kg/m²) que não obtiveram sucesso na perda de peso por meio de métodos tradicionais, como dieta e exercícios físicos.
Além disso, a cirurgia pode ser considerada em casos de IMC entre 35 e 40 kg/m² quando a obesidade está associada a outras doenças, como:
Em situações específicas, a cirurgia pode ser avaliada para pessoas com IMC entre 30 e 35 kg/m² que apresentem comorbidades graves, embora essa indicação seja menos comum.
Quais os tipos de cirurgia bariátrica?
Existem diversas técnicas cirúrgicas, cada uma com seus mecanismos de ação, vantagens e desvantagens. As mais comuns são:
  1. Banda Gástrica Ajustável: Consiste na colocação de uma banda inflável ao redor da parte superior do estômago, criando um pequeno reservatório que se enche rapidamente, proporcionando sensação de saciedade precoce. É considerada uma técnica menos invasiva, com menor risco de deficiências nutricionais, mas pode ter resultados menos expressivos em relação à perda de peso.
  2. Bypass Gástrico: Também conhecido como “gastroplastia em Y de Roux”, reduz o tamanho do estômago e conecta uma pequena parte dele diretamente ao intestino delgado, diminuindo a quantidade de alimento ingerido e a absorção de calorias e nutrientes. É um procedimento mais invasivo, com maior risco de complicações, porém, geralmente proporciona perda de peso significativa e melhora ou remissão de doenças, como diabetes tipo 2.
  3. Sleeve Gástrico (Gastrectomia Vertical): Nessa técnica, grande parte do estômago é removida, diminuindo sua capacidade de armazenamento e impactando a produção do hormônio grelina, o que contribui para a redução da fome. É menos invasiva que o bypass gástrico, com recuperação mais rápida, porém, os resultados em relação à perda de peso podem ser menos expressivos.
  4. Derivação Biliopancreática: Procedimento mais complexo que envolve a remoção de parte do estômago e do intestino delgado, reduzindo drasticamente a absorção de nutrientes e calorias. É indicada para casos de obesidade grave e apresenta riscos maiores de complicações e deficiências nutricionais.
Balança, fita métrica, pesos de academia e frutas
A cirugia bariátrica é indicada em casos de obesidade grau 2 (Foto: Freepik)
A escolha da técnica cirúrgica depende de uma avaliação individualizada, levando em consideração fatores como o grau de obesidade, histórico médico, estilo de vida e expectativas do paciente.
Quais os cuidados pós-cirurgia?
O sucesso da cirurgia bariátrica e a manutenção da perda de peso a longo prazo dependem fundamentalmente dos cuidados no pós-operatório. As recomendações incluem:
  • Dieta Rigorosa: Nos primeiros dias, é essencial seguir uma dieta líquida, progredindo gradualmente para alimentos pastosos e, por fim, para uma dieta sólida com restrições. O acompanhamento com nutricionista é fundamental para garantir a ingestão adequada de nutrientes.
  • Suplementação Nutricional: A redução do estômago e as alterações no processo digestivo podem levar à deficiência de vitaminas e minerais. A suplementação, prescrita pelo médico, é crucial para evitar complicações.
  • Atividade Física Regular: A prática de exercícios físicos auxilia na manutenção da massa muscular, previne o reganho de peso e promove a saúde em geral. É fundamental iniciar com atividades leves e aumentar a intensidade gradualmente, conforme orientação médica.
  • Acompanhamento Psicológico: As mudanças no corpo e nos hábitos alimentares podem gerar impacto emocional. O acompanhamento psicológico oferece suporte para lidar com as emoções, evitar transtornos alimentares e manter a motivação.
Quais os riscos e complicações do procedimento?
Assim como qualquer cirurgia, a bariátrica apresenta riscos inerentes, como:
  • Infecção
  • Sangramento
  • Trombose
  • Embolia pulmonar
  • Fístulas
  • Deficiências nutricionais
  • Vômitos
  • Diarreia
  • Desidratação
  • Queda de cabelo
  • Ressecamento da pele
  • Fraqueza
Em geral, as complicações são mais comuns em pessoas com histórico de doenças pré-existentes, como diabetes, hipertensão e doenças cardíacas. A escolha de um cirurgião experiente e um bom hospital reduzem os riscos.
A adesão rigorosa às recomendações médicas, alimentação adequada, suplementação e exercícios físicos são cruciais para prevenir complicações e alcançar resultados satisfatórios.
Fontes: Veja Saúde; Ministério da Saúde; Grupo Rede D’or

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