O ex-boxeador José Adilson Maguila faleceu aos 66 anos em 24 de outubro de 2024, vítima da encefalopatia traumática crônica (ETC), popularmente conhecida como demência do pugilísta. Essa doença neurodegenerativa, comum em atletas de esportes de contato como boxe, é resultado de repetidos traumas cranianos sofridos ao longo da carreira.
Maguila, um dos maiores nomes do boxe brasileiro, enfrentou essa batalha nos últimos anos de sua vida. A ETC, desencadeada por microtraumas cerebrais causados pelos golpes recebidos durante as lutas, provoca um processo inflamatório crônico que leva à deterioração progressiva das células cerebrais.
O que é a demência pigilística?
A demência pugilística, também conhecida como encefalopatia traumática crônica (ETC), é uma doença neurodegenerativa que afeta principalmente atletas de esportes de contato, como boxe, MMA e futebol americano. Causada por traumas cranianos repetitivos, a doença pode levar a uma série de sintomas debilitantes, incluindo alterações motoras, cognitivas e psiquiátricas. Neste artigo, vamos explorar as causas, sintomas e opções de tratamento para a demência pugilística, com base em informações de fontes confiáveis.
O impacto dos golpes: como essa doença se desenvolve
A demência pugilística é resultado do acúmulo de lesões cerebrais ao longo do tempo. Cada golpe na cabeça, mesmo que não cause um nocaute, pode gerar microtraumas que, com a repetição, levam à degeneração progressiva das células cerebrais. Esse processo inflamatório crônico desencadeia uma série de alterações neurológicas que se manifestam anos após o início da prática esportiva.
Sintomas da demência pugilística: um sinal de alerta para atletas e familiares
Os sintomas da demência pugilística podem ser sutis no início, mas tendem a se agravar com o tempo. É fundamental estar atento aos seguintes sinais:
Alterações motoras: tremores, falta de coordenação, movimentos lentos e rigidez muscular, que podem assemelhar-se ao Mal de Parkinson.
Alterações cognitivas: perda de memória, confusão mental, dificuldade de concentração, problemas de linguagem e desorientação.
Alterações psiquiátricas: mudanças de humor, irritabilidade, agressividade, impulsividade, depressão, ansiedade e até mesmo alterações de comportamento sexual.
Diagnóstico e tratamento: a busca por soluções para uma doença complexa
O diagnóstico da demência pugilística é feito com base no histórico clínico do paciente, avaliação neurológica e exames de imagem, como ressonância magnética. Infelizmente, não existe cura para a doença, mas o tratamento visa aliviar os sintomas e melhorar a qualidade de vida do paciente.
As opções de tratamento podem incluir:
Medicamentos: antidepressivos, ansiolíticos e medicamentos para controlar a impulsividade e agressividade.
Terapia: acompanhamento psicológico para lidar com as mudanças emocionais e comportamentais.
Fisioterapia: exercícios para melhorar a coordenação motora e a força muscular.
Fonoaudiologia: para auxiliar em problemas de fala e comunicação.
Prevenção: a importância da conscientização e mudanças nas práticas esportivas
A melhor forma de prevenir a demência pugilística é evitar traumas cranianos repetitivos. Isso implica em:
Mudanças nas regras esportivas: adoção de medidas para reduzir o impacto dos golpes na cabeça, como o uso de equipamentos de proteção mais eficientes e a proibição de golpes considerados perigosos.
Conscientização dos atletas: informar sobre os riscos da demência pugilística e incentivar a busca por acompanhamento médico regular, mesmo na ausência de sintomas.
Acompanhamento médico: consultas neurológicas periódicas para detectar precocemente sinais da doença e iniciar o tratamento o mais rápido possível.
A importância do debate e da pesquisa para um futuro mais seguro para os atletas
A demência pugilística é uma doença séria que pode ter consequências devastadoras para a vida dos atletas. É fundamental ampliar o debate sobre os riscos dos esportes de contato e investir em pesquisas para encontrar tratamentos mais eficazes para a doença. A conscientização, a prevenção e o acompanhamento médico são as armas mais importantes na luta contra essa condição debilitante.