Rybelsus e Ozempic, ambos à base de semaglutida, são medicamentos originalmente indicados para o tratamento de diabetes tipo 2, mas que ganharam destaque recentemente por seus efeitos no emagrecimento. Apesar de compartilharem o mesmo princípio ativo, os dois medicamentos apresentam diferenças importantes, principalmente em relação à forma de administração, posologia e impacto na perda de peso. Este guia completo explora as características de cada medicamento, seus benefícios, efeitos colaterais e a importância do acompanhamento médico.
Ozempic: a opção injetável com maior impacto na perda de peso
O Ozempic é um medicamento administrado por meio de injeção subcutânea semanal, utilizando uma caneta específica. Sua principal indicação é o tratamento da diabetes tipo 2, mas a experiência clínica tem demonstrado sua eficácia na promoção da perda de peso. A hipótese para explicar essa ação emagrecedora reside na forma de aplicação: o Ozempic, injetado na gordura abdominal, age diretamente sobre o tecido adiposo. Essa ação localizada pode contribuir para a maior efetividade do Ozempic no emagrecimento, em comparação ao Rybelsus.
As doses de Ozempic para um mês de aplicações custam em torno de R$ 1000,00 É fundamental ressaltar que a utilização do Ozempic para emagrecimento deve ser feita sob rigorosa orientação médica. A Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) apoia o uso do Ozempic para perda de peso, mas enfatiza a necessidade de uma avaliação médica criteriosa para determinar a real necessidade do tratamento e garantir sua segurança e eficácia.
Rybelsus: a alternativa oral com potencial para reduzir riscos cardiovasculares
Diferentemente do Ozempic, o Rybelsus é um medicamento de administração oral, disponível em comprimidos. A posologia recomendada é de um comprimido por dia, em jejum. Embora ambos os medicamentos sejam eficazes no controle da diabetes tipo 2, a experiência em consultório indica que o Rybelsus não proporciona uma perda de peso tão significativa quanto o Ozempic.
O custo mensal do Rybelsus varia de acordo com a dosagem, partindo de R$ 500 para a menor dose (3 mg) e chegando a R$ 1 mil para as maiores (14 mg). Um estudo recente, denominado SOUL, revelou que o Rybelsus pode reduzir o risco de doenças cardiovasculares em 14%. A pesquisa, que contou com a participação de mais de 9.600 indivíduos com diabetes tipo 2 e histórico de doenças cardiovasculares ou renais crônicas, concluiu que o Rybelsus diminuiu consideravelmente o risco de eventos cardíacos adversos maiores (MACE), como morte cardiovascular, infarto do miocárdio não fatal e acidente vascular cerebral (AVC) não fatal.
Embora ambos os medicamentos contenham o mesmo princípio ativo, a semaglutida, a via de administração influencia a forma como o medicamento age no organismo e, consequentemente, seus efeitos. A aplicação injetável do Ozempic permite que o medicamento aja diretamente no tecido adiposo, o que pode explicar sua maior eficácia na perda de peso em comparação ao Rybelsus.
Efeitos colaterais e a importância do acompanhamento médico
Tanto o Ozempic quanto o Rybelsus podem causar efeitos colaterais, sendo os mais comuns náuseas, vômitos e diarreia. É importante destacar que esses efeitos adversos são relatados com maior frequência por pacientes que utilizam o Rybelsus. A intensificação desses sintomas pode estar relacionada à ação local do medicamento no sistema digestivo, especialmente quando administrado em jejum.
A escolha entre Rybelsus e Ozempic deve ser feita em conjunto com um médico endocrinologista, considerando as particularidades, necessidades e a rotina de cada paciente. Uma avaliação médica completa é imprescindível para determinar a real necessidade do tratamento, identificar a melhor opção terapêutica e garantir o acompanhamento adequado durante todo o processo. A automedicação deve ser evitada a todo custo, pois pode acarretar em riscos à saúde.
Além do Rybelsus e do Ozempic, existe também o Wegovy, outro medicamento à base de semaglutida, cuja indicação aprovada pela Anvisa é o tratamento da obesidade. Sua administração também ocorre por meio de injeção subcutânea semanal, mas com dosagens que podem chegar a 2,4 mg, superiores às do Ozempic.
Este guia completo sobre Rybelsus e Ozempic visa fornecer informações relevantes para que você possa, em conjunto com seu médico, tomar uma decisão consciente sobre qual medicamento é o mais adequado para sua situação. Lembre-se de que as informações aqui apresentadas se baseiam nas fontes fornecidas e não substituem a orientação de um profissional de saúde. Para obter informações mais detalhadas e personalizadas, consulte um médico endocrinologista.
Fontes: CNN Brasil; Doctoralia; Metrópoles