Entenda como essa substância do plástico pode estar ligado ao câncer de mama

O bisfenol A (BPA), presente em plásticos, embalagens e até papel, é um composto químico preocupante. Estudos indicam sua relação com o desenvolvimento de câncer de mama, além de outros problemas de saúde

O Bisfenol A (BPA), um composto químico presente em diversos plásticos, tem sido alvo de crescentes preocupações devido aos seus potenciais riscos à saúde humana, especialmente em relação ao câncer de mama. Embora presente em diversos produtos do dia a dia, o BPA pode migrar para os alimentos quando os recipientes que o contêm são expostos a altas temperaturas ou quando estão danificados.
BPA e câncer de mama: uma ligação preocupante
Estudos científicos têm demonstrado uma forte correlação entre a exposição ao BPA e o desenvolvimento de tumores mamários. Pesquisadores da Universidade do Texas em Arlington descobriram que o BPA interfere na expressão de um gene chamado RNA HOTAIR, que, quando em altos níveis, está associado ao crescimento de tumores de mama. A pesquisa, publicada no Journal of Steroid Biochemistry and Molecular Biology, sugere que o BPA, em conjunto com o estrogênio, desregula a expressão do RNA HOTAIR, potencialmente contribuindo para o desenvolvimento do câncer.
Mais que plástico: BPA em embalagens de papel e papelão
A presença do BPA vai além dos plásticos. Um estudo publicado no periódico Frontiers in Toxicology revelou que quase 200 produtos químicos relacionados ao câncer de mama são usados na fabricação de embalagens de alimentos, incluindo papel e papelão. A pesquisa identificou a migração de dezenas desses carcinógenos para o corpo humano, apontando para a necessidade de regulamentação mais rigorosa na indústria de embalagens.
Outros impactos para além do câncer de mama
Os riscos do BPA se estendem para além do câncer de mama. Estudos indicam que a exposição a substância pode levar a uma série de problemas de saúde, incluindo:
  • Problemas gastrointestinais: doenças inflamatórias crônicas, alterações nos movimentos intestinais, lesões na mucosa gástrica e intestinal, e até mesmo aumento do risco de câncer no estômago e intestino.
  • Alterações hormonais: diminuição na produção de espermatozoides, aumento do risco de câncer de próstata em homens, e aumento do risco de cistos nos ovários e câncer de mama em mulheres.
  • Déficit de atenção e hiperatividade em crianças: alterações comportamentais, crises de ansiedade, depressão, déficits no desenvolvimento e alterações na memória.
  • Malformações fetais: problemas no desenvolvimento dos órgãos, diminuição dos batimentos cardíacos do feto e aborto espontâneo em mulheres grávidas.
garrafa de plástico
O BPA pode migrar para os alimentos quando os recipientes que o contêm são expostos a altas temperaturas ou quando estão danificados (Foto: Freepik)
Como identificar e evitar essa substância?
Para minimizar a exposição, algumas medidas podem ser tomadas:
  • Verificar o símbolo de reciclagem: o número 7 dentro do símbolo triangular indica que o plástico pode conter BPA.
  • Priorizar recipientes livres do material: optar por embalagens de vidro ou de bambu, especialmente para armazenar alimentos.
  • Evitar aquecer alimentos em recipientes plásticos: a exposição ao calor aumenta a migração da substância para os alimentos.
  • Descartar embalagens danificadas: produtos amassados ou rompidos podem liberar o material com mais facilidade.
  • Reduzir o consumo de alimentos enlatados: o revestimento interno de latas pode conter BPA.
  • Priorizar alimentos orgânicos: alimentos orgânicos geralmente contêm menos pesticidas e outros produtos químicos.
  • Substituir utensílios de plástico: optar por utensílios de vidro, aço inoxidável ou madeira para cozinhar e armazenar alimentos.
A importância da prevenção e da conscientização
A exposição ao BPA é um problema de saúde pública, e a conscientização sobre seus riscos é fundamental. A pressão por regulamentações mais rigorosas na produção de embalagens e a busca por alternativas mais seguras são essenciais para proteger a saúde da população.
É importante ressaltar que as informações aqui apresentadas são baseadas nas fontes fornecidas. Para obter informações mais detalhadas e personalizadas, consulte um médico ou nutricionista.
Fontes: CNN Brasil; Science Daily; Grupo Rede D’or; Câmara dos Deputados

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