Um novo estudo realizado na Suécia acendeu um alerta sobre o consumo de refrigerantes e seus impactos na saúde cardiovascular. A pesquisa, publicada na revista científica Frontiers in Public Health, sugere que o consumo regular de refrigerantes aumenta o risco de desenvolver doenças graves como derrame, insuficiência cardíaca e fibrilação atrial.
Açúcar: o problema não está só na quantidade, mas na fonte
A pesquisa analisou dados de saúde de mais de 69 mil adultos na Suécia, acompanhando seus hábitos de consumo de açúcar e a incidência de doenças cardiovasculares ao longo de vários anos. Os resultados revelaram uma descoberta surpreendente: o tipo de açúcar consumido impacta mais a saúde do que a quantidade total ingerida.
Enquanto o consumo de refrigerantes se mostrou prejudicial à saúde do coração, o consumo ocasional de doces, como bolos e chocolates, não apresentou o mesmo risco. Na verdade, o estudo indica que a ingestão muito baixa de açúcar, sem a presença de doces, pode não ser benéfica para a saúde cardiovascular.
Por que o refrigerante é tão prejudicial?
A pesquisadora Suzanne Janzi, principal autora do estudo, explica que o refrigerante, por ser líquido, não promove a sensação de saciedade, levando ao consumo de uma quantidade muito maior de açúcar em comparação a um doce sólido. Além disso, o consumo de refrigerantes costuma ser mais frequente na rotina das pessoas do que o de doces, que geralmente são consumidos em ocasiões especiais.
Doenças cardiovasculares: um problema global
As doenças cardiovasculares são a principal causa de morte em todo o mundo. No Brasil, elas também representam uma das principais causas de óbitos, sendo que a maioria poderia ser evitada com medidas preventivas e tratamento adequado.
Fatores de risco como tabagismo, colesterol alto, hipertensão, obesidade, estresse, depressão e diabetes contribuem para o desenvolvimento dessas doenças.
Principais doenças cardiovasculares:
- Acidente Vascular Cerebral (AVC): causado por placas de gordura que entopem os vasos sanguíneos do cérebro. Seus sintomas incluem dificuldade para falar, tontura, dificuldade para engolir e fraqueza em um lado do corpo.
- Cardiomiopatia: inflamação e inchaço do músculo cardíaco, que pode levar à necessidade de transplante. Os sintomas incluem fraqueza, inchaço e fadiga.
- Infarto do Miocárdio: interrupção do fluxo sanguíneo no músculo cardíaco, que pode levar à morte do tecido. Obesidade, tabagismo, colesterol alto e predisposição genética são fatores de risco. Os sintomas são dor no peito, formigamento no braço e queimação no peito.
- Insuficiência Cardíaca: incapacidade do coração de bombear sangue para o corpo, causando fadiga, dificuldade para respirar e fraqueza. Infecções, diabetes e hábitos não saudáveis contribuem para a doença.
- Doença Arterial Periférica: placas de gordura entopem as artérias que levam sangue para as pernas e pés. Colesterol alto e tabagismo são fatores de risco. Feridas que não cicatrizam, disfunção erétil e inchaços são sintomas comuns.
- Endocardite: infecção do endocárdio (membrana que reveste o coração). Causa calafrios, febre e fadiga.
- Miocardite: inflamação do miocárdio (músculo cardíaco), que pode causar enfraquecimento do coração, arritmia e morte súbita. Dor no peito, falta de ar e batimentos cardíacos anormais são sintomas.
Prevenção é fundamental
A Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) destaca a importância da prevenção para evitar problemas cardíacos. Manter uma alimentação saudável, praticar exercícios físicos regularmente e cuidar da saúde mental são medidas essenciais para proteger o coração.
Conclusões do estudo e próximos passos
O estudo sueco, apesar de observacional, traz à tona a importância de se considerar a fonte do açúcar na dieta e seus impactos na saúde cardiovascular. Os pesquisadores defendem a necessidade de mais pesquisas para entender melhor a relação entre o consumo de diferentes tipos de açúcar e o desenvolvimento de doenças cardíacas.
A mensagem principal é clara: reduzir o consumo de refrigerantes e adotar hábitos de vida saudáveis é fundamental para proteger a saúde do coração.