Superfungo Candida auris: três casos confirmados em BH e preocupações com a disseminação

Três casos do superfungo Candida auris foram confirmados no Hospital João XXIII, em Belo Horizonte. O fungo, resistente a medicamentos e de alta transmissibilidade, preocupa autoridades de saúde

A Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) e a Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig) confirmaram dois novos casos de infecção pelo superfungo Candida auris em Belo Horizonte. Com estes, o total de casos na capital mineira chega a três, todos no Hospital João XXIII. O primeiro caso foi detectado em setembro. Um dos pacientes teve alta em 20 de setembro e outro em 2 de outubro. O terceiro paciente infectado permanece internado no Hospital João XXIII.
O fungo Candida auris é considerado uma ameaça global devido à sua alta transmissibilidade, resistência a medicamentos antifúngicos e capacidade de causar infecções graves, especialmente em pessoas com sistema imunológico comprometido. A resistência do fungo a diversos desinfetantes e temperaturas elevadas aumenta a dificuldade de controle da sua disseminação.
Transmissão e sintomas
A Candida auris pode ser transmitida por contato direto de pessoa para pessoa, contato com superfícies contaminadas ou fluidos biológicos de pacientes infectados. O fungo pode permanecer no ambiente por longos períodos, chegando a meses. Muitos infectados são assintomáticos, o que dificulta o diagnóstico. A detecção geralmente ocorre em ambiente hospitalar, por meio de exames realizados por outros motivos.
Entre os sintomas, quando presentes, estão febre, calafrios e dores, que podem evoluir para um quadro grave e levar à morte, principalmente em pacientes imunodeprimidos. A infecção pode atingir a corrente sanguínea e se espalhar para outros órgãos, causando candidíase invasiva. A taxa de mortalidade da candidíase invasiva varia de 29% a 53%, segundo a Organização Mundial de Saúde.
Medidas de prevenção e controle
Diante da gravidade da situação, o Hospital João XXIII implementou medidas de controle e manejo para proteger pacientes e profissionais. As medidas incluem higienização das mãos, precaução de contato com uso de luvas e aventais em casos suspeitos, e testes para detecção de novos casos. A Fhemig afirma que o hospital segue os protocolos de segurança sanitária.
Superfungo candida auris
O fungo Candida auris é considerado uma ameaça global devido à sua alta transmissibilidade (Foto: Freepik)
A principal forma de prevenção é a higienização correta das mãos com água e sabão, uso de luvas e aventais, limpeza rigorosa dos ambientes hospitalares e esterilização de dispositivos e utensílios médicos.
Preocupação global
O Candida auris foi identificado pela primeira vez no Japão em 2009. Desde então, tem causado preocupação em todo o mundo. Os primeiros casos no Brasil foram confirmados em 2021. A maioria dos casos registrados no país são de pessoas internadas em hospitais por longos períodos, com baixa imunidade, que contraem o fungo por meio de dispositivos invasivos, como cateteres, ou objetos contaminados.
Monitoramento e investigação
A SES-MG monitora os casos suspeitos de infecção por Candida auris desde 2021. Até o momento, foram notificados 129 casos em Minas Gerais, sendo três confirmados. A Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) informou que a investigação dos casos está sendo conduzida pelo Hospital João XXIII, com acompanhamento da Secretaria Municipal de Saúde (SMSA).
Conscientização é fundamental
É crucial aumentar a conscientização sobre os riscos do Candida auris, a fim de promover a prevenção e o controle da sua disseminação. A informação e a adoção de medidas preventivas são essenciais para proteger a saúde da população, especialmente a dos pacientes mais vulneráveis.
Fontes: Agência Brasil; Jornal Estado de Minas

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