O zumbido no ouvido, um sintoma que afeta milhões de brasileiros, é caracterizado por uma sensação sonora na ausência de estímulo externo. Essa percepção auditiva “fantasma” pode se manifestar como chiado, apito, som de cachoeira ou panela de pressão, entre outros. A intensidade e o tipo de som variam de pessoa para pessoa, tornando o zumbido uma experiência subjetiva.
Desvendando as causas do zumbido
É fundamental entender que o zumbido não é uma doença em si, mas um sintoma que pode ser desencadeado por diversas causas. As principais causas do zumbido no ouvido incluem:
- Perda auditiva: presente na maioria dos casos de zumbido crônico.
- Obstrução do canal auditivo: o acúmulo de cera ou a presença de corpos estranhos pode causar alterações na audição e gerar zumbido.
- Infecções no ouvido: inflamações e infecções, como otites e labirintite, podem provocar o zumbido, especialmente no ouvido médio.
- Exposição a sons altos: danifica as células ciliadas do ouvido, podendo resultar em zumbido temporário ou permanente.
- Problemas na articulação temporomandibular (DTM): disfunções como bruxismo e apertamento dental podem estar associadas ao zumbido.
- Doenças crônicas: diabetes, hipertensão, problemas na tireoide e doenças autoimunes podem contribuir para o surgimento do zumbido.
- Alterações vasculares: alterações no fluxo sanguíneo na região do ouvido ou em suas proximidades.
- Medicamentos: alguns medicamentos podem ter efeitos ototóxicos, ou seja, tóxicos para o ouvido, levando ao zumbido como efeito colateral.
- Tumores: a presença de tumores no cérebro ou no ouvido, embora rara, pode ser uma causa de zumbido.
- Fatores emocionais: estresse, ansiedade e depressão podem influenciar a percepção do zumbido, intensificando o incômodo.
Identificando os sintomas e buscando ajuda médica
Em muitos casos, o zumbido é o único sintoma perceptível. No entanto, dependendo da causa subjacente, o zumbido pode estar associado a outros sintomas, como:
- Dor de ouvido
- Sensação de ouvido tampado
- Perda auditiva
- Tontura e vertigem
- Náusea e vômito
- Dor de cabeça
- Dor na mandíbula e no rosto
- Febre
- Secreção no ouvido
- Desequilíbrio
É essencial procurar um médico otorrinolaringologista, preferencialmente um otoneurologista, especialista em tontura e zumbido, para um diagnóstico preciso. O médico avaliará o histórico do paciente, realizará um exame físico e poderá solicitar exames complementares para identificar a causa do zumbido.
Abordagens e tratamentos para o zumbido no ouvido
O tratamento para o zumbido no ouvido depende da causa subjacente e da intensidade dos sintomas. Em alguns casos, o zumbido é curável, como quando é causado por obstrução do canal auditivo, infecções ou uso de medicamentos ototóxicos. Nesses casos, a remoção da causa geralmente leva ao desaparecimento do zumbido.
Para casos de zumbido crônico, o objetivo do tratamento é minimizar o incômodo e melhorar a qualidade de vida do paciente. As principais abordagens terapêuticas incluem:
1. Aparelhos auditivos: indicados para pacientes com perda auditiva associada ao zumbido. Os aparelhos amplificam os sons externos, reduzindo a percepção do zumbido.
2. Terapia sonora: utiliza sons neutros, como ruído branco, para mascarar o zumbido e reduzir a sua percepção, principalmente em ambientes silenciosos.
3. Terapia de Retreinamento do Zumbido (TRT): visa habituar o paciente ao som do zumbido, reduzindo a sua percepção e o incômodo. A TRT combina o uso de aparelhos auditivos com aconselhamento.
4. Acompanhamento psicológico e psiquiátrico: auxilia no controle da ansiedade, estresse e depressão, que podem agravar o zumbido.
5. Intervenções odontológicas e fisioterápicas: recomendadas para casos de zumbido associado a DTM, bruxismo e problemas na coluna cervical.
6. Mudanças no estilo de vida:
- Alimentação saudável: evitar o consumo excessivo de açúcar, cafeína, álcool e alimentos processados.
- Prática regular de exercícios físicos: ajuda a controlar o estresse e a ansiedade.
- Sono de qualidade: fundamental para a saúde física e mental, contribuindo para o controle do zumbido.
7. Medicamentos:
- Para tratar causas subjacentes: como antibióticos para infecções, anti-hipertensivos para controlar a pressão arterial, etc.
- Para alívio dos sintomas: como analgésicos e anti-inflamatórios para dor, antidepressivos e ansiolíticos para controlar a ansiedade.
É importante destacar que não existe um medicamento único para o zumbido. As medicações são utilizadas para tratar as causas subjacentes ou para controlar os sintomas associados.
Convivendo com o zumbido
O zumbido pode ser um sintoma desafiador, mas a maioria dos pacientes consegue conviver com ele sem grandes dificuldades. É fundamental seguir as orientações médicas, adotar hábitos de vida saudáveis e buscar apoio psicológico quando necessário.
Com o tratamento adequado e o acompanhamento profissional, é possível controlar o zumbido e ter uma vida plena e satisfatória.
Fontes: Biblioteca Virtual em Saúde (Ministério da Saúde); Dra. Nathália Prudencio; Grupo Rede D’or