Microplásticos podem estar relacionados com o aumento do risco de hipertensão

Os microplásticos, partículas minúsculas resultantes da degradação do plástico, representam um risco de aumento da hipertensão

Um estudo recente publicado na revista científica Microplastics pela Danube Private University, na Áustria, sugere uma possível relação entre o consumo de água engarrafada e o aumento da pressão arterial. A pesquisa aponta os microplásticos presentes nas garrafas, tanto de plástico quanto de vidro, como os potenciais vilões dessa descoberta.

Microplásticos: uma ameaça invisível à saúde

Os microplásticos, fragmentos minúsculos provenientes da decomposição do plástico, tornaram-se uma preocupação crescente para a saúde pública e o meio ambiente. Presentes em diversos ambientes, da água aos alimentos, essas partículas podem ser ingeridas involuntariamente e penetrar na corrente sanguínea, alcançando diferentes órgãos e tecidos do corpo.

Impactos negativos do plástico na saúde humana

  • Problemas respiratórios: as características físico-químicas dos microplásticos inalados sugerem potencial de deposição nos pulmões, o que pode causar asma, tosse, diminuição da capacidade pulmonar e outras doenças respiratórias.
  • Desregulação endócrina: alguns compostos presentes em determinados tipos de plástico podem interferir no sistema endócrino, levando a desequilíbrios hormonais.
  • Outras doenças: pesquisas preliminares apontam para a possibilidade de microplásticos contribuírem para problemas cardiovasculares, obesidade, câncer e aumento da produção de catarro.

A conexão entre microplásticos e pressão arterial

O estudo conduzido na Áustria envolveu oito voluntários que foram instruídos a consumir apenas água da torneira durante um período de 28 dias, evitando garrafas plásticas e de vidro. Os pesquisadores observaram uma queda significativa na pressão arterial diastólica – a pressão nas artérias quando o coração está em repouso entre as batidas – após duas semanas.

garrafa de plástico
Estudos científicos têm demonstrado uma forte correlação entre a exposição ao BPA e o desenvolvimento de tumores mamários (Foto: Freepik)

Embora os resultados sejam preliminares e a amostra do estudo seja pequena, os cientistas acreditam que a redução na ingestão de microplásticos pode ter contribuído para a diminuição da pressão arterial. A hipótese é que a presença dessas partículas na corrente sanguínea pode estar relacionada ao aumento da pressão arterial.

Implicações para a saúde cardiovascular

O estudo sugere que a redução da ingestão de microplásticos pode ter um impacto positivo na saúde cardiovascular, diminuindo o risco de doenças cardíacas. A pressão arterial alta é um fator de risco importante para doenças cardiovasculares, como infarto e AVC.

Recomendações e próximos passos

Os autores do estudo recomendam a redução do consumo de água engarrafada e o uso de alternativas mais sustentáveis, como filtros de água e garrafas reutilizáveis. Eles também enfatizam a necessidade de pesquisas mais abrangentes com um número maior de participantes para confirmar a relação entre a ingestão de microplásticos e a pressão arterial, além de investigar os mecanismos pelos quais essas partículas podem afetar a saúde cardiovascular.

Ações para reduzir os impactos do material

  • Conscientização da população: as autoridades de saúde devem educar a população sobre os riscos da exposição a plásticos e da contaminação ambiental.
  • Políticas públicas de redução do consumo e descarte: implementação de leis que limitem o uso de plásticos descartáveis, incentivem a reciclagem e promovam alternativas sustentáveis.
  • Investimentos em pesquisa e monitoramento: financiamento de pesquisas sobre a relação entre a exposição a plásticos e a saúde humana, além de desenvolvimento de tecnologias para monitorar a poluição e mitigar seus impactos.
  • Engajamento da comunidade acadêmica: realização de estudos para avaliar os efeitos dos plásticos na saúde e no meio ambiente, além de desenvolvimento de alternativas sustentáveis e educação do público sobre os riscos da exposição.

Conscientização sobre os riscos dos microplásticos

As descobertas do estudo da Danube Private University reforçam a importância de repensar o consumo de plástico e adotar práticas mais conscientes para reduzir a exposição aos microplásticos. A conscientização sobre os riscos dessas partículas para a saúde humana é crucial para impulsionar mudanças individuais e políticas públicas que visem minimizar a poluição por plástico e proteger a saúde da população.

Fontes: Catraca-Livre; Canal Tech; Centro de Estudos Estratégicos da Fio Cruz Antonio Ivo de Carvalho

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