A Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB), popularmente conhecida como “doença da vaca louca”, voltou a ser assunto no Brasil com a investigação de um caso suspeito em Minas Gerais. A suspeita é sobre o caso de um idoso de 78 anos, internado com alterações neurológicas em Caratinga, na Região do Rio Doce.
Importância da investigação e riscos à saúde pública:
A investigação do caso suspeito em Minas Gerais é crucial para determinar a presença da doença no estado e avaliar o risco à saúde pública. A EEB é uma doença neurodegenerativa grave que afeta o sistema nervoso de bovinos e pode ser transmitida aos humanos através do consumo de carne contaminada. A confirmação da doença pode impactar a pecuária e o consumo de carne bovina no país.
Sintomas da doença da ‘Vaca Louca’ em bovinos:
A EEB possui um longo período de incubação, podendo levar de 2 a 8 anos para manifestar seus sintomas. Os principais sinais da doença em bovinos incluem:
- Comportamento nervoso ou agressivo
- Depressão
- Hipersensibilidade a sons e toques
- Espasmos e tremores
- Postura anormal
- Dificuldade de locomoção
- Perda de peso e diminuição da produção de leite
Transmissão da doença:
A transmissão da EEB ocorre principalmente pela ingestão de alimentos contaminados com príons, proteínas infecciosas que afetam o sistema nervoso. A contaminação se dá quando a ração animal contém produtos derivados de ruminantes infectados, como farinha de carne e ossos.
A forma clássica da doença, mais comum na década de 1990, está relacionada à contaminação por ração. Atualmente, com medidas de controle mais rigorosas, a prevalência da EEB clássica é considerada baixa.
Já a forma atípica, mais rara, ocorre de forma espontânea e esporádica em bovinos mais velhos. Apesar de não haver evidências de transmissão da forma atípica, medidas preventivas continuam sendo recomendadas.
Doença de Creutzfeldt-Jakob (DCJ) em humanos:
Em humanos, a EEB pode causar a variante da Doença de Creutzfeldt-Jakob (DCJ), uma doença neurodegenerativa fatal. A DCJ afeta o cérebro, causando perda de memória, tremores e demência progressiva.

É importante destacar que a maioria dos casos de DCJ (cerca de 85%) ocorre de forma esporádica, sem relação com a “doença da vaca louca“. A forma esporádica da DCJ geralmente afeta pessoas entre 55 e 70 anos, sendo mais comum em mulheres.
No caso suspeito em Minas Gerais, a Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG) investiga a possibilidade do paciente ter contraído a DCJ na forma esporádica.
Diagnóstico da EEB e DCJ:
O diagnóstico da EEB em animais é complexo, pois não há testes para detectar a doença em animais vivos. A confirmação da doença só é possível após a morte do animal, através de exames laboratoriais em amostras do cérebro.
No caso da DCJ em humanos, o diagnóstico é feito por meio de exames neurológicos, análise do líquor e, em alguns casos, biópsia cerebral. A confirmação definitiva também depende de exame neuropatológico após o óbito.
Medidas de prevenção e controle:
Para prevenir a disseminação da “doença da vaca louca” e proteger a saúde humana, diversas medidas de controle são adotadas mundialmente:
- Vigilância e controle da alimentação animal, com a proibição do uso de proteínas de ruminantes na ração de bovinos.
- Remoção de tecidos de risco (cérebro, medula espinhal, etc.) durante o abate e processamento de carcaças bovinas.
- Monitoramento e notificação de casos suspeitos da doença em animais.
- Regulamentação rigorosa para a produção de alimentos, medicamentos e cosméticos de origem animal.
A importância da comunicação transparente:
A comunicação transparente sobre a investigação do caso suspeito em Minas Gerais é fundamental para evitar pânico e desinformação. As autoridades de saúde devem manter a população informada sobre o andamento das investigações e as medidas de controle adotadas.
A suspeita de um caso da “doença da vaca louca” em Minas Gerais reacende o debate sobre a importância da vigilância e do controle da doença no país. É fundamental fortalecer as medidas de prevenção, garantir a segurança alimentar e proteger a saúde da população.
Fontes: CNN Brasil; Diário do Noroeste