Entenda o motivo do Brasil ficar fora de acordo que permite a produção de vacina contra o HIV

Na última quarta-feira, foi divulgado que seis empresas farmacêuticas genéricas na Ásia e Norte da África vão poder fabricar e vender uma vacina contra a infecção pelo HIV em preço mais baixo. Apesar do avanço nessa questão da saúde, o Brasil ficou de fora dessa lista

O Brasil foi excluído de um acordo extremamente importante, que permite a produção da versão genérica do lenacapavir, um medicamento inovador para a prevenção do HIV. A decisão da farmacêutica Gilead Sciences de restringir a produção genérica a países de baixa renda tem gerado debate sobre a desigualdade no acesso à saúde
Entenda o acordo e seus impactos:
A Gilead Sciences firmou um acordo com seis fabricantes de genéricos na Ásia e no Norte da África para a produção e venda do lenacapavir a um preço mais baixo. O acordo abrange 120 países, priorizando nações com altas taxas de HIV na África Subsaariana.
No entanto, países de renda média e alta, incluindo o Brasil, foram excluídos do acordo, o que significa que a Gilead venderá o medicamento a preços mais altos nesses mercados.
Especialistas argumentam que essa exclusão de países reflete uma crescente disparidade no acesso à saúde, impactando principalmente as populações mais vulneráveis.
Como isso pode afetar o país?
  • Com uma população significativa vivendo abaixo da linha da pobreza, o Brasil enfrenta desafios para fornecer medicamentos a preços acessíveis.
  • Essa exclusão do acordo de licenciamento limita as opções do país para obter o lenacapavir a um preço justo, impactando o sistema de saúde pública e milhões de pessoas.
  • Embora a Gilead afirme estar explorando estratégias para tornar o medicamento acessível na América Latina, especialistas temem que o preço ainda seja inacessível para o sistema de saúde brasileiro.
Preparo de vacina
Esse acordo inclui 120 países na produção de um medicamento contra o HIV (Foto: Freepik)
Preocupações e críticas:
Especialistas criticam a exclusão de países como Brasil, México e Peru, onde os ensaios clínicos do lenacapavir foram realizados. A cláusula que impede fabricantes de genéricos de exportar a vacina para países não cobertos pelo acordo é considerada “draconiana” por especialistas.
A falta de acesso a medicamentos mais baratos coloca em risco a saúde de milhões, especialmente em países com grande população e desigualdades sociais, como o Brasil.
Alternativas e soluções:
  • A emissão de licenças compulsórias, que anulam as proteções de propriedade intelectual, é uma opção para o Brasil, mas a cláusula de exportação do acordo impede a compra da versão genérica da Índia.
  • Pesquisadores brasileiros estão buscando desenvolver uma versão local do medicamento através de engenharia reversa, um processo que demanda tempo e recursos.
  • A pressão internacional sobre a Gilead para rever os termos do acordo e incluir países como o Brasil é fundamental para garantir o acesso equitativo ao medicamento.
A urgência de um medicamento eficaz:
  • O lenacapavir é uma esperança para conter a epidemia de HIV, com resultados promissores em ensaios clínicos, demonstrando alta eficácia na prevenção da doença.
  • A necessidade de um medicamento eficaz e acessível é crucial, especialmente para grupos mais vulneráveis, como migrantes, trabalhadores do sexo e usuários de drogas injetáveis.
A exclusão do Brasil do acordo para a produção da versão genérica do lenacapavir levanta sérias preocupações sobre o acesso equitativo à saúde e o impacto nas populações mais vulneráveis. A comunidade internacional precisa pressionar por soluções que garantam a disponibilidade de medicamentos essenciais a preços justos, combatendo a desigualdade no acesso à saúde e protegendo o direito à vida.

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