O câncer de mama, um dos tipos mais comuns entre as mulheres no mundo, tem apresentado um aumento preocupante em sua incidência entre mulheres jovens no Brasil. Dados da Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM) indicam que, desde 2020, a incidência da doença em mulheres com menos de 35 anos dobrou, passando de 2% para 5%. Esse aumento acende um alerta para a necessidade de conscientização e diagnóstico precoce, já que a detecção em estágios iniciais aumenta consideravelmente as chances de cura.
Fatores de risco e mudanças no estilo de vida
Embora o câncer de mama seja uma doença complexa com múltiplos fatores de risco, especialistas apontam que mudanças no estilo de vida das novas gerações podem estar contribuindo para o aumento da incidência em mulheres jovens. Entre os fatores de risco, destacam-se:
- Gestação tardia ou a opção de não engravidar: a gravidez, especialmente antes dos 30 anos, tem se mostrado um fator protetor contra o câncer de mama.
- Estresse e sedentarismo: o ritmo de vida acelerado e as pressões do mundo moderno podem levar ao estresse crônico e à falta de atividade física, ambos relacionados ao aumento do risco da doença.
- Obesidade e má alimentação: o consumo excessivo de alimentos ultraprocessados e a obesidade são fatores de risco importantes para o desenvolvimento do câncer de mama.
A importância do diagnóstico precoce
A detecção precoce do câncer de mama é fundamental para o sucesso do tratamento e aumento das chances de cura. A mamografia é o exame de rastreamento mais eficaz para identificar a doença em estágios iniciais, mesmo antes do aparecimento de sintomas.
Recomendações para a realização da mamografia:
- SBM: é recomendado que o exame anual seja a partir dos 40 anos.
- Ministério da Saúde: recomenda a mamografia anual a partir dos 50 anos.
- Histórico familiar de câncer de mama: esse exame pode ser indicado em idade inferior a 40 anos em casos de histórico familiar da doença.
Sintomas e autoexame
É fundamental estar atenta aos sinais do corpo e realizar o autoexame das mamas regularmente. Alguns sintomas que podem indicar a presença do câncer de mama incluem:
- Nódulo (caroço) fixo e indolor na mama.
- Alterações na aparência da mama, como vermelhidão, assimetria, retração da pele ou aspecto de casca de laranja.
- Alterações no bico do peito, como inversão, descamação ou ulceração.
- Secreção sanguinolenta ou transparente que vaza pelos mamilos.
Tratamento
Os tratamentos para o câncer de mama evoluíram significativamente nos últimos anos, com técnicas mais modernas e eficazes. As opções terapêuticas incluem cirurgia, quimioterapia, radioterapia, hormonioterapia e terapia anti-HER2. A escolha do tratamento depende do estágio da doença, do tipo de tumor e das características individuais da paciente.
Avanços na ciência:
- Cirurgias menos invasivas: Em muitos casos, a remoção completa da mama (mastectomia) não é mais necessária.
- Novas drogas e terapias-alvo: A pesquisa tem desenvolvido medicamentos mais eficazes e com menos efeitos colaterais.
Enfrentando o câncer de mama: uma abordagem multidisciplinar
O diagnóstico de câncer de mama, especialmente em mulheres jovens, pode gerar grande impacto emocional e psicológico. É fundamental buscar apoio de profissionais de saúde, grupos de apoio e familiares para enfrentar a doença com mais força e positividade.
Importância do apoio multidisciplinar:
- Mastologistas: Especialistas em saúde da mama, responsáveis pelo diagnóstico e tratamento cirúrgico.
- Oncologistas clínicos: Médicos especializados no tratamento do câncer com quimioterapia, hormonioterapia e terapias-alvo.
- Radioterapeutas: Responsáveis pela aplicação da radioterapia.
- Psicólogos e terapeutas: Oferecem suporte emocional e psicológico para as pacientes e seus familiares. [Informação não presente nas fontes]
- Grupos de apoio: Compartilhamento de experiências e apoio mútuo entre mulheres que enfrentam a doença.
Prevenção e apoio
O aumento da incidência do câncer de mama em mulheres jovens é um chamado à ação. A informação, a prevenção e o apoio são pilares essenciais para combater essa doença. Através da conscientização sobre os fatores de risco, a importância do diagnóstico precoce e a busca por tratamento adequado, podemos aumentar as chances de cura e oferecer melhor qualidade de vida para as mulheres afetadas.
Fontes: Conselho Regional de Enfermagem de Goiás; Hospital de Brasília; Estado de Minas